O mais novo trabalho do quadrinista Marcello Quintanilha finalmente chegou às livrarias brasileiras. Publicado pela editora Veneta alguns meses após seu lançamento na França e em Portugal, Luzes de Niterói é livremente inspirado em um dia de caos vivido pelo pai do artista na década de 50, quando Hélcio Carneiro Quintanilha era jogador de futebol. Tão impactante quanto os trabalhos recentes mais aclamados do quadrinista, Tungstênio e Talco de Vidro, Luzes de Niterói constará em muitas listas de melhores do ano quando 2019 chegar ao fim.
Eu entrevistei Quintanilha sobre as inspirações por trás de seu novo álbum e o desenvolvimento da HQ. Transformei essa conversa em texto publicado hoje, no caderno Ilustrada do jornal Folha de São Paulo. Você lê a minha matéria clicando aqui.
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“Marcello Quintanilha vai tecendo sua pequena história secreta do Brasil”, diz Rogério de Campos sobre Luzes de Niterói, o novo álbum do autor de Tungstênio e Talco de Vidro
Está no ar a campanha de financiamento coletivo do álbum Luzes de Niterói, novo álbum do quadrinista Marcello Quintanilha. O quadrinho será o primeiro projeto longo do autor desde o lançamento de Talco de Vidro, em 2015. Segundo a sinopse oficial do projeto, a HQ marca um retorno de seu autor à cidade onde nasceu e cresceu, Niterói, em uma trama baseada em fatos ocorridos nos anos 50 envolvendo pescadores, futebol, a vedete Luz del Fuego e o primeiro campo naturista do Brasil. A página do projeto no Catarse pode ser acessada aqui.
“É um retorno [de Quintanilha] ao mundo dos subúrbios fluminenses, que foi o cenário da maior parte de suas histórias curtas, que fizeram sua fama”, conta o editor da obra e dono da editora Veneta, Rogério de Campos, em papo rápido por email com o blog. A expectativa é que o livro chegue aos apoiadores da campanha de financiamento coletivo em janeiro de 2019.
Na entrevista a seguir, o editor de Quintanilha fala sobre Luzes de Niterói, comenta o retorno do artista às cores após uma leva recente de publicações em preto e branco, trata da repercussão da adaptação de Tungstênio para o cinema, explica a opção pelo financiamento coletivo e promete novas formas de chegar aos leitores da Veneta em tempos de crise no mercado editorial. Ele também adianta a inclusão de novas opções de recompensas para a campanha de financiamento do quadrinho para os próximos dias. A seguir, Rogério de Campos:
Luzes de Niterói é o primeiro trabalho longo do Marcello Quintanilha desde Talco de Vidro. Quais são as suas impressões em relação a esse quadrinho?
Sim. É a primeira história longa desde Talco de Vidro e, ao mesmo tempo, um retorno ao mundo dos subúrbios fluminenses, que foi o cenário da maior parte de suas histórias curtas, que fizeram sua fama. É um retorno a temas que ele abordou em outros livros. O futebol, a praia, a pesca ilegal, a amizade e seus sacrifícios. Um retorno a seu pai, a experiência dele como jogador de futebol. Nesse reatar das linhas, o Quintanilha vai tecendo sua pequena história secreta do Brasil.
Você é um grande admirador de HQs em preto e branco. Luzes de Niterói marca o retorno do Marcello Quintanilha às cores depois de uma leva recente de quadrinhos em preto e branco. Como você avalia a presença das cores nesse projeto?
O que fazer se os artistas não obedecem a ninguém, muito menos a seus editores? Um dos prêmios da campanha de financiamento coletivo é justamente uma gravura com a reprodução da primeira página da HQ apenas no traço. É uma beleza! Mas além do problema que é a teimosia do Quintanilha, tem o problema dele ser tão talentoso como colorista. O resultado final, colorido, ficou lindo.
Você consegue mensurar o impacto do lançamento da adaptação de Tungstênio para o cinema na recepção dos quadrinhos do Marcello Quintanilha? Vocês notaram mais interesse por parte do público e dos livreiros nas obras assinadas por ele?
Serviu para muita coisa. Mas principalmente para mostrar a um público amplo a dimensão da narrativa de Quintanilha. Mais ainda: para mostrar o nível das novas narrativas dos quadrinhos autorais brasileiros. Imagino que para quem se acostumou a pensar em quadrinhos tendo como referência a produção industrial dos gibis infanto-juvenis norte-americanos deve ter sido uma surpresa.
Luzes de Niterói é a primeira campanha de financiamento coletivo da Veneta. Por que essa opção? Por que essa primeira investida no Catarse com um trabalho do Marcello Quintanilha?
O problema de pagamento das duas grandes redes de livrarias, fez a gente acelerar o trabalho para estrearmos esse modo de financiamento. Mas já há anos que considerávamos fazer isso. E o novo livro do Quintanilha pareceu uma ótima oportunidade: é um livro com 240 páginas, colorido, papel couché, capa dura… enfim, um livro que sairia muito caro se fosse depender apenas da venda em livrarias. Além do mais, deu a oportunidade de fazermos prêmios muito bacanas, as risografias estão ficando muito bonitas e eu finalmente terei um jogo de futebol de botão desenhado pelo Quintanilha!
A Veneta tem planos de investir em outros projetos de financiamento coletivo em seguida a Luzes de Niterói?
Sim! E vamos inventar outras formas de chegarmos aos nossos leitores.
Sábado (19/05) é dia de lançamento de Todos os Santos e papo sobre Tungstênio com Marcello Quintanilha e Heitor Dhalia em São Paulo
Ó, uma dica de programão pra sábado (19/5) caso você esteja em São Paulo: o quadrinista Marcello Quintanilha estará na sede da editora Veneta (R. Araújo, 124, 1º andar, República), a partir das 15h, para o lançamento do álbum Todos os Santos e para bater um papo com o cineasta Heitor Dhalia e os escritores e roteiristas Marçal Aquino e Fernando Bonassi sobre a adaptação para o cinema da HQ Tungstênio. O filme dirigido por Dhalia está previsto para chegar aos cinemas brasileiro em junho e já vi uns bons elogios sobre a produção. Você confere outras informações sobre o lançamento e a conversa lá na página do evento no Facebook.
Aliás, apesar de estar bem curioso pra assistir essa versão de Tungstênio para o cinema, recomendo sua presença no evento de sábado principalmente por causa de Todos os Santos. Ainda estou lendo o livro, mas adianto que é um projeto editorial muito bem sacado, fazendo um panorama da carreira de um dos quadrinistas mais interessantes do mundo hoje. Deixa passar esse não, viu?
Sábado (12/5) é dia de lançamento de Todos os Santos, o novo álbum de Marcello Quintanilha, em Curitiba
Caso você esteja em Curitiba no próximo sábado (12/5), o programa do dia será o lançamento de Todos os Santos, novo álbum do quadrinista Marcello Quintanilha, publicado pela editora Veneta. A obra reúne ilustrações, entrevistas e quadrinhos de diferentes fases da carreira de um dos mais celebrados quadrinistas brasileiros da atualidade, autor de clássicos modernos como Tungstênio e Talco de Vidro. O lançamento rola na Itiban Comic Shop (Avenida Silva Jardim, 845), a partir das 16h. Antes da sessão de autógrafos, rola um papo com o autor mediado pelos pesquisadores Liber Paz e Marden Machado. Você encontra outras informações sobre o lançamento lá na página do evento no Facebook.
## Retrospectiva Vitralizado 2016 ## Hinário Nacional (Veneta), por Marcello Quintanilha
Hinário Nacional é o primeiro trabalho de Marcello Quintanilha em seguida aos excelentes Tungstênio e Talco de Vidro. Espécie de caderno de experimentações e pequenos contos do autor, o título me parece um entreato entre os dois trabalhos mais aclamados do quadrinista e sua próxima produção, um espaço para reflexão e uma prévia do que ele pode estar produzindo. Excelente.
O pôster da Bienal de Quadrinhos de Curitiba, por Marcello Quintanilha
Você provavelmente já esbarrou por aí com o pôster da Bienal de Quadrinhos de Curitiba produzido pelo Marcello Quintanilha. Sei que já não é mais novidade, mas reproduzo como registro histórico de um evento que me soa cada vez mais interessante – além de grandes autores brasileiros, já confirmaram a presença de gente do naipe de Joan Cornellà, Rutu Modan e Power Paola. Enfim, gostei da arte de divulgação e tenho altas expectativas em relação à festa. Quem mais aí vai estar em Curitiba entre os dias 8 e 11 de setembro?