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Posts por data março 2018

HQ

Três Buracos: o quadrinista Shiko fala sobre as origens, influências, técnicas e inspirações de sua próxima HQ

O primeiro trabalho longo do quadrinista Shiko desde o lançamento de Lavagem, em 2015, tem lançamento previsto para agosto de 2018. O álbum foi batizado de Três Buracos, será publicado pela Editora Mino e terá arte em preto e branco e cerca de 100 páginas. A HQ é ambientada em um garimpo no interior da Paraíba e é protagonizada por uma mulher chamada Tânia. Três Buracos também é o nome da cidade fantasma na qual a personagem principal vive, assombrada por uma maldição deixada por seu pai. “Como gênero, é um quadrinho que fica entre o faroeste e o terror, mas em um ambiente contemporâneo”, conta Shiko em conversa com o blog.

De acordo com o autor, Três Buracos é o primeiro quadrinho dele ambientado na região na qual foi criado, no sertão da Paraíba. “É uma paisagem absolutamente familiar para mim, então facilita. O tipo físico, o modo como as pessoas se vestem, as paisagens, os objetos…”, lista o quadrinista. No depoimento abaixo, Shiko fala sobre as origens do projeto, as influências dos filmes do italiano Sergio Leone e a estética e suas inspirações pro gibi. Confira aspas de Shiko junto com o booktrailer de seu próximo trabalho:

Novo Faroeste

“A história se passa em um garimpo no interior da Paraíba. É o único lugar do mundo em que existe o garimpo da Turmalina Azul, por isso também conhecida como Turmalina Paraíba. É uma pedra muito valiosa, alguns dizem ser a mais preciosa do mundo. Aí, em algum momento, a maldição de um morto faz com que esse garimpo venha a ser abandonado e a cidade ao redor dele se torne uma cidade fantasma, restando apenas uma mulher, chamada Tânia.”

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“Quando o pai da Tânia é morto, o garimpo acaba, o irmão dela vai embora e vira um ladrão. Ela não consegue sair de Três Buracos por ser assombrada pelo espírito do pai. É uma história de botija, um mito sertanejo de tesouro escondido. O tesouro tá enterrado, escondido, e a alma da pessoa que escondeu não consegue partir, fica presa na terra até que alguém desenterre esse tesouro. Aí essa filha é assombrada pelo espírito do pai e não consegue abandonar esse lugar.”

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“A personagem vive num limiar onírico. O bonito de botija, é que o morto aparece sempre nos seus sonhos, para pedir que você desenterre aquele tesouro que prende ele à terra. Então como ela tá sempre nessa fronteira entre o que é sonho e o que é vigília, tem hora hora que os meus quadros estão mais livres, até por esses elementos oníricos da narrativa.”

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“A história é um faroeste por ter esses vários elementos do gênero: enforcamento, garimpo e assalto a banco. Aqui no nordeste, no sertão, é o que estamos chamando de Novo Faroeste, com assalto a caixas eletrônicos e tal. Então, como gênero é um quadrinho que fica entre o faroeste e o terror, mas em um ambiente contemporâneo.”

Aguadas de cinza

“É preto e branco, mas diferente do Lavagem, que tem aquele preto e branco duro, meio Mozart Couto, esse agora tem aguadas de cinza, mais parecido com o Azul Indiferente do Céu.”

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“Os enquadramentos são mais soltos, talvez mais Cinemascope, muitas vezes mais horizontais. Foi uma influência mesmo dessa fotografia do cinema italiano de faroeste. Os quadros tem um formato mais horizontal, mais Cinemascope mesmo.”

Sergio Leone

“Eu não consigo escapar do faroeste italiano, né? Mesmo tentando escapar, chegou uma hora que eu desisti. É uma referência muito presente, não vou ficar brigando com isso. É uma referência mesmo, nos quadros, nos planos abertos sem texto, nos silêncios, nas esperas, na contemplação e até no ritmo de algumas coisas. Tanto que no final, em uma das últimas cenas, eu faço uma referência aberta mesmo ao Sérgio Leone.”

Paisagem real

“Existe aqui na Paraíba uma cidade chamada São José da Batalha, no Sertão da Paraíba, com um garimpo de Turmalina. Chegou a passar no Fantástico uma história bem louca quando descobriram que essas pedras eram negociadas pra uma galera do Qatar que financiava o Estado Islâmico (risos). Enfim, isso existe aqui no interior da Paraíba, mas o meu quadrinho não tem nenhuma obrigação com essa realidade, é uma ficção sobre uma realidade que existe. O nome da cidade não é esse, eu parto de uma paisagem real para criar uma ficção completamente livre.”

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“Talvez esse seja o meu primeiro quadrinho que se passa na região de onde eu sou, do sertão da Paraíba. Nunca fiz um quadrinho que se passasse no local em que eu vivi até os 20 anos, quando comecei a fazer quadrinho e tal. É uma paisagem absolutamente familiar para mim, então facilita. O tipo físico, o modo como as pessoas se vestem, as paisagens, os objetos…”

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“O meu avô foi garimpeiro. Então sempre passava na casa dele algum amigo de viagem, de um garimpo pro outro. Na casa do meu avô, onde passei grande parte da minha vida, sempre tinham calhas e ferramentas de garimpo que as pessoas deixavam por lá enquanto iam resolver outras coisas. É uma realidade muito presente essa vida no sertão, então tenho um compromisso com essa realidade na hora de fazer o quadrinho, são coisas que conheço há muito tempo.”

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4ª (28/3) é dia de bate-papo com Janaína de Luna, editora da Mino, em São Paulo

Ei, anima dar um pulo na loja da Ugra, aqui em São Paulo, amanhã (28/3), no fim da tarde? Eu estarei por lá a partir das 18h30 pra um papo com a Janaína de Luna, editora da Mino, para saber um pouco mais sobre os lançamentos mais recentes do selo, publicações previstas para os próximos meses – como a aguardadíssima A Vida É Boa, Se Você Não Fraquejar do canadense Seth -, e projetos futuros envolvendo novos autores. Promessa de papo bom, viu? Lembrando: amanhã, 28 de março, a partir das 18h30, na loja da Ugra (Rua Augusta, 1371, loja 116). Você confere outras informações do bate-papo lá na página do evento no Facebook.

Ah, aproveitando que o assunto é Mino, deixo o aviso: dê um pulo aqui no blog amanhã de manhã, lá pelas 11h. Terei novidades quentíssimas sobre um dos próximos projeto da editora. Coisa grande, bem massa e sobre a qual pretendo tratar bastante no bate-papo na Ugra. Apareça!

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Confira uma prévia de Guardiões do Louvre, HQ de Jiro Taniguchi e próximo lançamento da Pipoca & Nanquim

Tô bastante curioso por esse próximo lançamento da editora Pipoca & Nanquim, Guardiões do Louvre, do quadrinista japonês Jiro Taniguchi. Os responsáveis pelo selo adiantaram um prévia de 12 páginas do álbum aqui pro blog. A publicação terá 140 páginas e mostra um artista de férias pela Europa que se vê perdido, em meio a alucinações decorrentes de uma febre, nos corredores do Museu do Louvre, em Paris.

Até o ano passado, com a publicação do excelente O Homem que Passeia pela Devir, eu só conhecia do autor o também ótimo Gourmet, lançado por aqui pela Conrad em 2009. Fico feliz de ver mais um trabalho dele publicado em português, em um cenário diferentes das duas obras prévias que li do mesmo autor. Mais uma vez, bastante promissor. Dá uma sacada na prévia do gibi:

HQ

E esse teaser da continuação de Vigilantes?

Ó, essa é quente: o quadrinista Jão acabou de divulgar no Facebook o teaser de uma continuação da excelente Vigilantes, HQ publicada por ele no número 0 da revista Parafuso. De acordo com o autor, a ideia da sequência surgiu enquanto ele produzia o bookplate distribuído por ele junto com a Parafuso #0 em São Paulo, durante a sessão de autógrafos que realizou na loja da Ugra na semana passada. “Revistei a história Vigilantes e criei uma nova cena. Surgiu, assim, a ideia de continuar a narrativa dos superseres”, explica o artista em seu post no Facebook.

Adianto já saber um ou outro detalhe do enredo desse próximo projeto do Jão e boto muita fé nessa continuação. A edição de estreia da Parafuso foi uma das minhas leituras preferidas de 2016 e quero muito ver esse universo em expansão. Pra ficarmos todos de olho.

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Art by Liniers, a primeira grande exposição de Liniers nos EUA

Tô sempre em busca de desculpas pra publicar uns trabalhos do Liniers por aqui. Daí que esbarrei com esse cartaz aqui em cima no Twitter, produzida pelo artista argentino para divulgar a primeira grande exposição dele nos Estados Unidos, batizada de Art by Liniers. Em cartaz na sede da Society of Illustrators até o dia 5 de maio de 2018, a mostra reúne artes originais de Liniers para a série Macanudo, para o recém-lançado na Argentina Buenas Noches Planeta e Os Sábados São Como Um Grande Balão Vermelho, publicado aqui no Brasil pela editora V&R. Se estiver em Nova York e quiser dar um pulo na exposição, recomendo uma conferida na página do evento lá no site da Society of Illustrators.