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Retrospectiva 2014

Top 10 Vitralizado 2014: Neil Gaiman e um conto na Biblioteca Britânica

Encerro 2014 com esse vídeo que filmei do Neil Gaiman narrando um de seus contos na entrada da Biblioteca Britânica. Foi um tremendo ano, não escrevi por aqui metade do que gostaria e esse top 10 foi um resumo minúsculo de tudo que gostaria de falar. A historinha contada pelo Gaiman tá longe de estar entre seus melhores feitos, mas trata de prioridades e de algumas boas lições que tirei em 2014. Um privilégio ter ouvido ao vivo, um dos pontos altos do meu ano e espero que você também goste. Valeu pela leitura e nos vemos mais pra frente em 2015. Inté!

HQ / Retrospectiva 2014

Top 10 Vitralizado 2014: Sex Criminals, Saga – Volume 3 e Image

Li quadrinho pra caramba em 2014. Já comentei por aqui sobre algumas das minhas edições brasileiras preferidas no ano, mas a maior parte do que li veio de fora e continua inédito no Brasil. Espero que trabalhos como Andre The Giant: Life and Legend e This One Summer não demorem pra sair por aqui. Os novos títulos da MillarWorld do Mark Millar também precisam ser publicados logo em português. Starlight e Jupiter’s Legacy são dois dos melhores trabalhos do escritor escocês. Já falei de Miracleman e achei sensacional a edição nacional da Panini, a revista em português ficou bonita pra caramba e não deve em nada à original.

Depois lembrarei de mais um monte de quadrinho foda que li e deveria ter comentado, mas vou logo ao ponto: pelo terceiro ano seguido a Image é destaque nas restrospectivas de final de ano aqui do blog. Em 2012 comentei do lançamento de Saga e da nova mentalidade da editora de Todd McFarlane e em 2013 falei sobre o segundo arco de histórias da série de Brian K. Vaughan. Sobre Saga, adianto que só melhora. A série finalmente começou a sair em português, ganhou um encadernado classudo com suas 18 primeiras edições e deve levar mais um monte de prêmio ano que vem. Não vai demorar pra entrar na lista de melhores obras de ficção científica e fantasia de todos os tempos considerando tudo já feito em TV, cinema, livro, rádio, hq e tudo mais. Talvez seja a obra-prima do cara que escreveu Y: O Último Homem – a obra-prima original e agora apenas a primeira das duas.

SexCriminals

E aí a Image também lança Sex Criminals. Caramba, que série é essa? Até pouco tempo o Matt Fraction era “o autor maluco pirando nas histórias do Gavião Arqueiro”. Agora ele é o roteirista da história em quadrinho sobre o casal com o dom de parar o tempo sempre que chega a um orgasmo. Se ele conseguiu fazer tudo que fez na Marvel, imagina numa editora de princípios quase independentes como a Image? Os desenhos de Chip Zdarsky, as cores e a seção de cartas tornam tudo ainda mais incrível – e falando em seção de cartas, taí um quesito que Fraction e Zdarsky conseguiram bater Saga.

Foram dois dos meus títulos preferidos e ambos ainda estão apenas no começo. Nem o Episódio 7 de Guerra nas Estrelas eu aguardo tanto em 2015 quanto as próximas edições dessas duas hqs.

HQ / Literatura / Retrospectiva 2014

Top 10 Vitralizado 2014: grandes encontros

Nunca encontrei, conversei e conheci pessoalmente tanta gente que admiro quanto em 2014. A maioria desses encontros resultou em posts aqui pro blog. Já em janeiro conversei com dois grandes artistas: Andrew DeGraff e Greg Tocchini. Sou fã dos mapas produzidos pelo artista norte-americano e na época ele estava produzindo seu trabalho mais épico, um mapa com a íntegra de jornada de Frodo e cia pela Terra Média. A conversa com o Greg foi sobre sua então recém-anunciada série Low pra Image – trabalho classudo pra caramba que precisa ser publicado no Brasil o mais rápido possível.

Também tive uma longa conversa com a Luciana Foraciepe/Maria Nanquim, sobre o lançamento da Xula e o cenário dos quadrinhos brasileiros. Bati um papo com o Jeffrey Brown, um dos meus quadrinistas preferidos, tanto por seus trabalhos independentes quanto por seus livros ambientados no universo de Guerra nas Estrelas. Na London Super Comic Con falei durante um bom tempo com o David Lloyd sobre o projeto dele com webcomics e também troquei uma ideia rápida com Dave Gibbons, Peter David, Garry Leach, Adi Granov e Kevin O’Neill.

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Fiz uma longa entrevista com uma das maiores autoridades mundiais em quadrinhos, Paul Gravett sobre a histórica exposição Comics Unmasked na Biblioteca Britânica. Conheci pessoalmente o Chris Ware e o Seth no Elcaf, troquei uma ideia com os autores de Neurocomic e com um dos meus quadrinistas independentes ingleses preferidos, Dan Berry. Vi e filmei uma conversa entre Neil Gaiman e Tori Amos, outra entre Grant Morrison e Warren Ellis e uma com Bryan e Mary Talbot. Conversei durante quase duas horas com um dos autores que mais admito, Tom Rachman. Mesmo lá de fora bati um papo por email com Davi Calil e Roger Cruz na época do lançamento de Quaisqualigundum.

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De volta ao Brasil, o Marcelo D’Salete falou comigo sobre o lançamento de Cumbe, conversei com o pessoal da Mino e também falei por email com o Box Brown. Sem contar o grande papo que tive com Laerte. Também comecei uma brincadeira nova aqui no blog convidando amigos e pessoas que admiro para escreverem sobre suas HQs preferidas. Só gente boa pra caramba e tenho certeza que não tô lembrando de todo mundo. Sem contar da vez que quaaaaaase encontrei o Alan Moore…mas esse papo fica pra uma próxima. Talvez em 2015.

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HQ / Retrospectiva 2014

Top 10 Vitralizado 2014: HQs brasileiras

Passei mais da metade de 2014 fora do Brasil e acabei lendo muito menos hqs nacionais do que gostaria. Outra coisa: não gosto de falar de quadrinhos brasileiros como um gênero. Há muita gente fazendo uma variedade imensa de obras distintas e não vejo sentido tratar tudo isso como uma coisa só. Feita a minha ressalva em relação ao título do post, deixo ele como está pois só queria dizer como tem coisa foda sendo feita no Brasil. Estava pensando sobre os grandes lançamentos inéditos em solo brasileiro no ano e mais da metade do meu top 10 ficaria ocupada por HQs nacionais.

Não consegui ler todos os títulos lançados com verba do ProAC, mas li três trabalhos memoráveis. Fui ler só recentemente, mas A Vida de Jonas do Marcelo e do Magno Costa me tirou do sério. O mesmo aconteceu com Quaisqualigundum, do Davi Calil e do Roger Cruz – aliás, até hoje gostei de tudo que li com o selo do pessoal do Dead Hamster. E o Cumbe do Marcelo D’Salete? É o grande quadrinho brasileiro de 2014. Sempre gostei da arte e das narrativas sujas e urbanas do D’Salete, mas ver um livro tão bom, ambientado num contexto tão diferente de seu habitual, só ressalta o grande autor que ele é.

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Também pirei no L’Amour: 12 oz do Luciano Salles. A primeira vista, pela distribuição dos quadros, o gibi parece convencional. No entanto, ao perceber as experimentações que o autor faz com a passagem do tempo dentro das possibilidades da linguagem dos quadrinhos, fiquei impressionado. Muito bom.

E não posso deixar de mencionar a Xula e o Vida de Prástico. A primeira é editada pela Luciana Foraciepe, com trabalhos de Bruno di Chico, Bruno Maron, Calote e Ricardo Coimbra. É humor inteligente, nada politicamente correto, mas refinado pra caramba e assinado por quatro das mentes mais subversivas e originais dos quadrinhos nacionais. O mesmo vale pro Vida de Prástico, a primeira coletânea dos trabalhos do Ricardo Coimbra. Um dos grandes cronistas dos nossos tempos, que faz isso em forma de hq.

Quero muito mais disso tudo em 2015.

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Cinema / HQ / Marvel / Retrospectiva 2014

Top 10 Vitralizado 2014: Capitão América 2, Guardiões da Galáxia e a Fase 3 da Marvel no cinema

Pra encerrar o assunto Marvel nessa retrospectiva. Até pouco tempo, Vingadores ocupava o primeiro lugar do meu ranking de melhores filmes produzidos pela Marvel Studios. Precisei rever Guardiões da Galáxia e Capitão América 2 para os dois passarem o filme do Joss Whedon. Acho que já disse isso por aqui, mas repito: não vejo muita distinção entre o melhor e o pior filme produzido pela Marvel, há qualidades e problemas explícitos em todos, mas nenhum é uma obra de arte do cinema moderno. São entretenimentos legais pra caramba e isso basta pra esses filmes me deixarem feliz. Ainda assim, há uma explícita evolução nas produções da editora/estúdio e a culpa pra mim é única e exclusivamente desses longas ganharem cada vez mais personalidade própria.

Tanto O Soldado Invernal quanto Guardiões da Galáxia são produções muito bem resolvidas em relação aos seus gêneros. Sim, são filmes de super-heróis, mas um de espionagem com vibe anos 70 e a outra numa pegada de ficção científica misturada com toda um clima anos 80 e John Hughes. Pra mim, essas duas produções mostraram o verdadeiro potencial da Marvel como estúdio de cinema. Coisa que acredito que os executivos da empresa também perceberam. A partir de agora, nesse final de Fase 2 e início de Fase 3 do Universo Marvel no cinema, o tom de ‘filme de super-herói’ deve ficar restrito aos grandes encontros desses personagens, nos três Vingadores que estão pra sair.

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Você viu aquele quadro do Saturday Night Live com o Chris Pratt? Eles fazem piada com o fato de nada da Marvel ter dado errado até o momento. Um dos blockbusters do ano foi um filme de um grupo desconhecido dos anos 70, que nunca fez sucesso, e o próximo lançamento é um filme solo do HOMEM-FORMIGA. Aí os roteiristas do SNL passam a cogitar novas produções Marvel, nenhuma baseada em hqs e todas sucessos em potencial. Surgem títulos como Criaturas dos Cosmos, Passageiros de Ônibus, Pam (não importa quem é, mas blockbuster certo), Fantasmas Estilosos, Alguns Carrinhos de Mercados, Pam 2: A Pam Invernal e Marvel’s Star Wars.

O raciocínio é simples: agora a Marvel pode tudo. Tanto é assim que eles lançarão mais 10 filmes até 2019 – alguns estrelados por gente como Capitã Marvel, Pantera Negra e Inumanos. Isso tudo me faz lembrar de uma conversa que tive com o Mike Deodato lá no começo do ano, pra uma matéria sobre os principais lançamentos de 2014. Talvez o artista brasileiro que mais publicou na Marvel até hoje, ele me disse o seguinte sobre o filme dos Guardiões: “Vai ser o grande teste deles. Se conseguirem fazer sucesso com personagens tão desconhecidos, o estúdio ficará entre os maiores do mundo em termos de poder e influência, acredito”. No ponto. Eles fizeram sucesso e hoje a Marvel faz o que quer.

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Cinema / HQ / Marvel / Retrospectiva 2014

Top 10 Vitralizado 2014: A Arte dos Super-Heróis Marvel

A Marvel completou 75 anos em 2014 e o grande evento celebrando a data aconteceu em Paris. Fui pra França cobrir a abertura da exposição A Arte dos Super-heróis Marvel, no museu Art Ludique. Nunca na história da editora tantas de suas artes originais estiveram expostas em um mesmo lugar. A mostra também reuniu artefatos e elementos de cena presentes nos filmes da Marvel Studios, resultando num grande resumo do que a empresa é hoje: um estúdio de cinema que publica histórias em quadrinhos com potencial para virarem filmes. Estive frente a frente com artes originais de gente como Jack Kirby, Steve Ditko, John Romita e Frank Miller (só pra ficar nos meus preferidos) e vi roteiros originais assinados por Stan Lee.

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As peças presentes tiradas dos filmes só mostram a enorme sintonia entre a Marvel-editora e a Marvel-estúdio e revelam como, apesar de modernas, as versões cinematográficas dos personagens são essencialmente as mesmas dos heróis e vilões surgidos nos anos 40, 50 e 60. Ficaria imensamente feliz que a exposição tivesse um tour mundial – não só por achar que todo mundo deveria ter acesso a esse conteúdo, mas por também querer rever todos esse material. Lembrando do que vi em Paris e relendo meu texto pro Estadão, acho lindo como estava claro o futuro sci-fi da Marvel nos cinemas. Na época da abertura, Guardiões da Galáxia ainda era uma aposta da Marvel, mas a exposição deixava claro que o futuro do estúdio seguiria a rota determinada pelo filme de James Gunn. Hoje sabemos que Vingadores 3 e 4 serão adaptações de algumas das sagas mais sci-fi da editora. Épico.

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