Tinha um tempo que não aparecia uma obra nova da série de mapas do Andrew DeGraff. O mais recente trabalho dele traçando percursos de personagens de filmes e séries de TV é dedicado ao clássico dos irmãos Coen. A ilustração inspirada em Fargo estará em exposição na Gallery 1988 de Los Angeles a partir de hoje (12/12), junto com vários trabalhos em homenagem a filmes como O Grande Lebowski, Bravura Indômita, Onde os Fracos Não Têm Vez e outros. Dá uma passeada lá na loja da galeria, tem um monte de coisa massa. Depois dá uma lida também nessa entrevista aqui que fiz com o DeGraff em 2014.
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Star Wars, por Andrew DeGraff
Tinha um tempo que não publicava nada do Andrew DeGraff por aqui. O cara é dos meus artistas preferidos e até cheguei a fazer uma entrevista com ele pra Galileu. Ele é um dos autores com trabalhos em exposição na mostra Art Awakens, lá da Gallery 1988, só com peças inspiradas no universo de Star Wars. É essa beleza aqui em cima, uma das obras mais épicas do DeGraff. Trabalhão que passa por todos os mundos que já deram as caras em Guerra nas Estrelas mostrando a trajetória de todo os personagens principais da série. Acho que dá pra passar mais de hora acompanhando/desvendando a rota de cada um. Demais.
A exposição do Andrew DeGraff na Gallery 1988
Quando entrevistei o Andrew DeGraff no final do ano passado, ele comentou sobre os preparativos da exposição dele na Gallery 1988, lá em Los Angeles. Na época ele falou sobre o destaque do evento, um mapa gigantesco que ele estava produzindo com todo o percurso dos personagens do Senhor dos Anéis. A versão final é essa aí de cima. A exposição começou na 6ª passada e dá pra comprar várias das artes lá no site da Gallery 1988. Tá cheio de coisas incríveis que ainda não ganharam versões em alta resolução na internet. Junto com os clássicos dele (como os mapas de Star Wars, Indiana Jones e Goonies) estão expostas algumas novidades. Além do mapa sobre a jornada de Frodo e cia, ele produziu outros com os percursos dos protagonistas de Clube dos Cinco, O Iluminado, Tubarão, De Volta para o Futuro, Alien e mais alguns. Beeeeem foda. No tumblr do artista e no Geek Art tem algumas fotos de detalhes das obras.
Papo com Andrew DeGraff
Já fiz três posts dedicados ao Andrew DeGraff por aqui: quando ele participou da exposição dedicada ao J.J Abrams na Gallery 1988, na época que ele lançou seus mapas dos filmes de Star Wars e também quando ele produziu os painéis de Indiana Jones. Entrevistei o artista pro site da Galileu. Ele falou sobre técnicas as origens dos mapas e de seu próximo trabalho. No momento ele está produzindo um painel gigante com todo o percurso de Frodo e companhia durante a trilogia O Senhor dos Anéis pra uma exposição solo. Demais né? Meu texto no site da Galileu tá aqui. Segue a entrevista:
O cartógrafo nerd
Artista norte-americano Andrew DeGraff mapeia os percursos de protagonistas de clássicos pop
O próximo trabalho do ilustrador Andrew DeGraff é maior que um sofá. Ele está pintando o percurso dos protagonistas da trilogia O Senhor dos Anéis em um único painel e a obra será o destaque de sua próxima exposição. Colaborador dos jornais The New York Times e The New York Observer e da revista TimeOut Chicago, ele ganhará uma retrospectiva solo de seus trabalhos na prestigiada Gallery 1988, de Los Angeles. Em cartaz a partir de março, o evento vai reunir a série mais famosa de DeGraff, dedicada a registrar a rota de personagens de filmes clássicos da cultura pop. O trabalho inédito, apresentando o caminho de Frodo e seus amigos até a Montanha da Perdição, estará acompanhado de ilustrações ambientadas nos universos de Star Wars, Indiana Jones, Goonies e outros.
“Se uma obra de arte levanta questões sobre a vida e moralidade, isso é ótimo – mas mais pessoas vão sacar se ela tiver Stormtroopers”, brinca o DeGraff em entrevista à GALILEU em referência aos soldados imperiais de Star Wars. Segundo ele, para a produção de alguns de seus mapas ele chega a assistir ao mesmo filme mais de vinte vezes e são necessários mais de dez dias para produzir alguns dos painéis. Além de explicar suas técnicas e explicar as origens de seus mapas, ele explicou a diferença de artes sobre cultura pop e artes concebidas por fãs.
Como surgiu a ideia dos mapas?
Eu comecei fazendo mapas em matérias de revistas de viagens. Era divertido combinar informações reais em um formato de desenho e brincar com os conceitos de infografia e ilustração. A segunda parte disso foi criar imagens para galeria de cultura pop que não eram baseadas em personagens principais ou mesmo secundários. Todos nós lembramos falas e cenas icônicas, então isso acaba ocupando 90% das imagens em alguns exposições de cultura pop. Nada contra isso, mas pensei que seria interessante tirar os personagens da imagem e apresentar apenas os cenários e os ambientes. O pano de fundo define muito de um grande filme. A ideia de representar os cenários como setas veio do mapa que fiz para Intriga Internacional (1959). Representei o personagem do Cary Grant como uma seta vermelha, uma referência direta aos créditos de abertura do Saul Bass para o filme.
Quantas vezes vocês assiste cada filme para lembrar os percursos?
Eu amo os filmes que pinto. Um bom teste é pensar: “eu posso assistir vinte vezes seguidas?”, pois é basicamente o que acabo fazendo algumas vezes. Eu preciso parar e dividir cena por cena, mas as vezes é difícil parar quando você se apega à trama. Vinte minutos depois eu estou me xingando por ter deixado passar exatamente aquela cena que procurava. Isso acaba arruinando o filme para mim durante alguns anos.
E como você faz os mapas? Quais técnicas você utiliza?
Cada mapa exige duas ou três sessões para anotações, listar os cenários e buscar um formato básico. Depois gasto alguns dias em rascunhos de escalas menores para ter uma noção de tudo que preciso mostrar numa perspectiva plana, o que acabo repetindo na versão final. O rascunho precisa ser muito detalhado, já contendo tudo que pretendo mostrar: cortes de interiores, arquiteturas e designs icônicos e também outros layouts. Passo muito tempo pensando o quanto quero mostrar de determinadas cenas. Junto com a minha lista de o que acontece em cada lugar no filme, acabo criando uma espécie de pequeno storyboard. Depois eu gasto até três dias fazendo o desenho final e começo a pintar com guache. Normalmente gasto entre 150 e 200 horas na pintura.
Por que você acha que os mapas fizeram tanto sucesso?
É engraçado. Nunca imaginei que eles se tornariam isso tudo. Acho que as pessoas gostam do jeito de maquete deles. São mundo fechados. Meus mapas geralmente são delicados como miniaturas de navios em garrafas. São tão completos quanto eu consigo fazer, estilizados e com muita informação. Minha regra quando estou produzindo é: “tudo é tão importante quanto todo o resto”. Tento dar a todo carro, árvore, prédio e montanha a mesma quantidade de detalhes. Claro, de longe as pinturas parecem totalmente abstratas, mas você passa a reconhecer várias paisagens e construções a medida que se aproxima. É quando o público tem aquele instante “Aha!”.
Você pretende continuar a produzir os mapas?
Definitivamente. Tenho uma exposição marcada na Gallery 1988 de Los Angeles a partir de 28 de março então estou por conta da próxima leva e não pretendo parar. No momento estou trabalhando num mapa do tamanho de um sofá com as história dos três Senhor dos Anéis, para a exposição.
A internet é um espaço propício para artistas e fãs de cultura pop expressarem suas paixões com ilustrações, mash-ups e várias reinterpretações de filmes, livros, quadrinhos e discos. Por que você acha que as pessoas gostam tanto dessas releituras?
Tenho algumas dúvidas sobre isso. Há muitos bons ilustradores e artistas fazendo artes baseadas em cultura pop e é natural as pessoas responderam àquilo que conhecem. Para muitos de nós, é parte das nossas infâncias, então vai fundo nas nossas consciências. Acho importante determinar a diferença fanart e arte de cultura pop. Gosto muito de fanarts – e fiz muitos trabalhos assim. Mas fanarts não apresentam qualquer revelações sobre o filme ou o quadrinho, é apenas uma representação quase romântica de determinado personagem ou cena. Muito do que vejo online é na verdade fanart. Mais uma vez: não tenho qualquer problema com isso. Adoraria ver uma pintura do Chewbacca feita pelo Basquiat ou pin-ups da Marvel assinados pelo Egon Schiele. Só acho que quando você vê arte sobre cultura pop, há conceitos pessoais do artista que acrescentam aos conceitos próprios dos filmes ou quadrinhos. Na maioria das vezes são esses os trabalhos que vejo se destacando na internet. Uma boa ideia é uma boa ideia. Se uma obra de arte levanta questões sobre a vida e moralidade, isso é ótimo – mas mais pessoas vão sacar se ela tiver Stormtroopers.
J.J. Abrams na Gallery 1988 #2
Achei mais umas artes que estão na exposição de artes inspiradas nos filmes e seriados produzidos/dirigidos pelo J.J. Abrams na Gallery 1988, a The Official Bad Robot Art Experience. Incluindo mais um mapa produzido pelo Andrew DeGraff dedicado a Star Trek. Demais. Tem mais algumas aqui.
Indiana Jones em mapas
Já falei sobre o trabalho do Andrew DeGraff por aqui. Ele pega as histórias, os locais e os personagens dos filmes e transforma em mapas, com os personagens e percursos representados por linhas de diferentes cores. Tinha postado as ilustrações da trilogia clássica de Star Wars. Agora o cara bolou a mesma coisa pra Indiana Jones. Daquelas ideias que dá uma inveja imensa de não ter tido.
Demora quanto tempo pra ele resolver fazer algo do tipo com De Volta pro Futuro? Fico pensando na solução visual pras idas e vindas no tempo.