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## Retrospectiva Vitralizado 2016 ## Bulldogma (Veneta) e Flerte da Mulher Barbada (Veneta), por Wagner Willian

Há várias coisas a serem ditas sobre o 2016 de Wagner Willian. A começar pela sequência final de páginas de Bulldogma. Precisei reler umas três vezes para confirmar: a mágica do livro está ali. É um trabalho ótimo do início ao fim, mas são os instantes finais da obra que a tornam um clássico das HQs nacionais. Aí agora pouco saiu o Flerte da Mulher Barbada, né? Poderia ser só um marketing esperto do autor e da editora, mas não. Como escrevi no prefácio da obra, é um registro histórico sem igual nos quadrinhos brasileiro.

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A capa de Flerte da Mulher Barbada, o livro de entrevistas de Deisy Mantovani

Taí a capa de Flerte da Mulher Barbada, o livro de entrevistas de Deisy Mantovani. A obra será lançada na Comic Con Experience 2016, nove meses após à chegada de Bulldogma às livrarias. Não sei você, mas acho um case maluco e sensacional o percurso desses trabalhos mais recentes do Wagner William: a Deisy surge em uma ponta no Lobisomem Sem Barba, protagoniza uma HQ de mais de 300 páginas em Bulldogma e agora ganha um livro próprio. Ainda devo dar mais um pitaco ou outro sobre esse projeto por aqui. Enquanto isso, fico na expectativa: conseguiremos um autógrafo ao vivo com a Deisy na CCXP?

Ó o texto publicado pelo Wagner Willian no Facebook sobre a obra:

“Com pouco mais de uma semana, dormindo três horas por dia para dar conta de fechar o livro a tempo, vem aquele sabor de dever cumprido, de quem consegue pular as barricadas (a maneira de um Toulouse) e atravessar o front. Foi difícil, foi intenso, foi senil! Mas cada um desses entrevistados merecem todo o esforço possível. Deixo aqui, em nome da Deisy, agradecimentos a Alcimar Frazao, Bárbara Malagoli, Bianca Pinheiro, Camilo Solano, Daniel Lopes, Danyael Lopes, Fábio Moon, Germana Viana, Guilherme Petreca, Juscelino Neco, Laerte Coutinho, Lobo Wolf, Laura Athayde, Lovelove6. Marcello Quintanilha, Marcelo D’Salete, Mari Casalecchi, Mazô, Paula Puiupo, Pedro Cobiaco, Pedro Franz e Rogerio Saladino.

Foram mais de 80 ilustrações para 23 entrevistas do Flerte da mulher barbada. Lançamento previsto para CCXP.
Se tudo der certo, novos volumes virão porque essa mulher entrevistou uma horda de quadrinistas.

Obrigado a todos”

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Quais as grandes HQs publicadas no Brasil em 2016 até agora?

Já esbarrei por aí com várias listas de sites estrangeiros apresentando uma primeira leva dos grandes quadrinhos publicados lá fora em 2016. Aliás, muita coisa de site americano, né? Patience tá sobrando, Paper Girls tá muito bem também, tem o Big Kids do Michael Deforge e o Panther do Brecht Evans é sempre citado. Daí tava aqui maquinando quais as grandes HQs publicadas no Brasil em 2016 até o momento. Não só os grandes quadrinhos brasileiros, mas tudo que saiu. Tô com uma impressão imensa que estamos numa ligeira ressaca de um 2015 com o combo FIQ+CCXP somada a uma crise econômica que não tá ajudando ninguém. E, caramba, como a Nébula faz falta.

Topografias

Acho que tá cedo pra colocar qualquer coisa num ranking, mas passada a metade do ano começo a já cogitar algumas coisas grandes lançadas em 2016. De quadrinho nacional, por enquanto, meus preferidos são as séries Deusa e Século XXI da Laerte, o Bulldogma do Wagner Willian, a Topografias publicada pela Piqui e o Matadouro de Unicórnios do Juscelino Neco. Gosto bastante do Hinário Nacional do Marcello Quintanilha, mas é um trabalho que me soa mais como um caderno de experimentação, um entreato em seguida a Talco de Vidro e algo grande que ele provavelmente deixou pra 2017. Também destaco a coletênea Quadrinhos Insones, talvez o trabalho mais consistente do Diego Sanchez até o momento.

BulldogmaDupla

O Felipe Portugal também matou a pau com o quadrinho dele sobre suicídio e me deixou na seca por mais coisa nova do Eremita (a sério parou?). Os Quadrinhos dos Anos 10 do André Dhamer são excelentes. Dos que saíram, não li e tô bem curioso: O Mundo Segundo Jouralbo do Jouralbo Sieber com o Allan Sieber e mais um monte de gente foda, o Quadradinhas do Lucas Gehre e a Estranhos da Fefê Torquarto (dois que investi no Catarse e ainda não recebi minhas edições), e também a Hitomi que a Balão Editorial lança ainda nos próximos dias.

MatadouroZ

De nacional ainda vale mencionar a coleção Ugritos da Ugra, dos projetos editoriais mais simples e bem sacados dos quadrinhos brasileiros entre 2015 e 2016. O Paulo Crumbim e a Cristina Eiko também publicaram o quarto Quadrinhos A2, o Davi Calil finalmente lançou o aguardado Uma Noite Em L’Enfer, o pessoal da Beleléu publicou o Mini-infartos do Caio Gomez, o Guilherme Petreca publicou o lindo Ye e é digno de nota o trabalho de pesquisa do João Pinheiro e da Sirlene Barbosa em Carolina. De nacional, acho, esses foram os lançamentos que mais me chamaram atenção e que logo vieram à minha cabeça – certeza que esqueci de muita coisa e posso ser lembrado ali nos comentários.

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Me parece que a tendência é que 2016 seja lembrado principalmente por muitas obras vindas de fora e relançamentos. A Veneta investiu em Coltrane, Ghetto Brother, Giovaníssima e Vida no Inferno. A editora ainda está republicando o Sopa de Lágrimas do Gilbert Hernandez – que tende a ser um dos meus preferidos no ano. A Mino investiu em Zonzo do Joan Cornellà, Fungos do James Kochalka e Shaolin Cowboy do Geof Darrow e republicou o Diabo e Eu do Alcimar Frazão. A Figura entrou no mercado com o Sheraz-De do Sérgio Toppi – um puta livro, hein? A Martins Fontes lançou o segundo volume de Uma Vida Chinesa e o belíssimo Jane, a Raposa e Eu. A Intrínseca publicou a continuação de Um Árabe do Futuro. Dizem que a Companha das Letras lançou o Reportagens do Joe Sacco – alguém aí já viu?

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O trabalho da editora do Sesi – SP também está lindo, principalmente por suas publicações de obras européias. Ainda estou no aguardo de algo grande vindo da Nemo. Placas Tectônicas é legal e não gostei tanto assim de Uma Morte Horrível. Entre Umas e Outras é a publicação mais forte da editora pra mim até o momento. Ainda tô no aguardo dos trabalhos da Lucy Knisley e o GIGANTE Becoming/Unbecoming da Una, que tem tudo pra ser um dos grandes do ano caso realmente saia como foi prometido no final de 2015. Ah! Um que não li e é bem promissor: a Devir publicou o Agências de Viagens Lemming do José Carlos Fernandes – o cara é autor de A Pior Banda do Mundo e acho que merecia uma divulgação mais à altura do trabalho dele, não?

Patience

Quero saber de Patience por aqui. Sério que as editoras nacionais vão perder o timing do lançamento internacional do livro do Daniel Clowes? Não seria novidade: Here pode ser ‘o grande quadrinho publicado no Brasil em 2016′ caso a Companhia das Letras resolva lançar. O descaso com o Seconds do Bryan Lee O’Malley também é difícil de entender – será que ainda tá valendo aquela promessa dos editores pro autor de que o livro sairia por aqui em outubro?

 

panel from "Seconds" by Bryan Lee O'Malley.

E de super-heróis, o que tô perdendo? O Cavaleiro das Trevas 3 tá indo bem, tô na terceira edição e me divertindo, mas tá longe, muito longe, de chegar perto do primeiro e do segundo (eu gosto hehe). Tem muita coisa legal da Vertigo sendo republicada, principalmente Patrulha do Destino, Invisíveis e Tom Strong. Tô bem feliz com as edições da Panini pra Miracleman, mas queria saber o que será da série agora que terminou a fase do Alan Moore e chegou a do Neil Gaiman. De mangá tô curtindo o relançamento de Vagabond e aguardo 21st Century Boys pra ver como termina a saga escrita pelo Naoki Urasawa. E só tô falando de coisa boa por aqui, mas fica o registro: sério que vocês gostaram de One Punch-Man?

Mônica Bianca Pinheiro

Há também algumas coisas que acho que estão pra sair e outras que torço pra que saiam, todas com grande potencial. Sei que o L.M. Melite publica a Tablóide ainda em 2016. Acho que a Julia Bax tem um livro do Proac pra entregar. O pessoal da Xula promete a segunda edição da revista desde o lançamento da primeira. O Pedro Cobiaco parou de vez a Bugalú? O Shiko lança mais um volume de A Boca Quente? O Felipe Nunes tem um trabalho previsto pra breve pelo Stout Club. Há novas Graphic MSP pra sair – não gostei muito do álbum do Papa-Capim, mas estou curioso com as próximas três (Bidu 2, Astronauta 3 e Mônica da Bianca Pinheiro). Tenho altas expectativas em relação ao quadrinho novo do Alexandre Sousa Lourenço (autor do sensacional Robô Esmaga) e também com o Mensur do Rafael Coutinho.

Putz, de cabeça é isso. Repito: certeza que esqueci muita coisa. Daí minha pergunta pra você: quais as grandes HQs publicadas no Brasil em 2016 até o momento?

MensurRafaelCoutinho

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Aliens, baladas e um buldogue francês

A cada leitura passo a gostar ainda mais de Bulldogma. É um quadrinho que tá crescendo bastante com o passar dos meses. Apesar de todas as investidas do Wagner Willian em designs de páginas inovadores e tramas paralelas, o aspecto humano do quadrinho e a personalidade da protagonista são os pontos altos da obra. Escrevi sobre o gibi pra edição de junho da Rolling Stone, que chegou semana passada às bancas. Compra lá, cara. Atualizo o post quando o texto der as caras no site da revista.

Entrevistas / HQ

Bulldogma: Wagner Willian lança a primeira grande HQ brasileira de 2016

Bulldogma é o primeiro grande quadrinho brasileiro de 2016. Wagner Willian produziu as 310 páginas de sua novela gráfica ao longo de um intervalo de dois anos. Recém-lançado pela editora Veneta, o título é protagonizado pela ilustradora Deisy Mantovani, no final de sua segunda década de vida/início de seus 30 anos. A personagem surgiu em um breve conto nas páginas do livro Lobisomem Sem Barba, publicado por Willian no início de 2014 e segundo lugar no prêmio Jabuti de ilustração em 2015. Recém-mudada para um apartamento supostamente alvo de abduções alienígenas, Deisy tenta conciliar sua rotina profissional instável e sua vida amorosa em frangalhos aos constantes acontecimentos absurdos que passam a cercar sua realidade.

Além de toda uma vibe sci-fi/conspiratória, há em Bulldogma um roteiro fluido, construído em cima de páginas com designs fragmentados e enquadramentos pouco usuais. Deisy é acompanhada na trama por seu bulldogue francês Lino. Apesar de estarem ambos no centro do enredo, eles também aparentam estar à margem do mundo, como os protagonistas de algumas das melhores obras da Nouvelle Vague. Não sei deixe enganar: por mais vasto, complexo e repleto de referências e citações que seja o universo de Bulldogma, o grande feito de Willian foi criar personagens tão verossímeis.

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Troquei alguns emails com Wagner Willian em seguida à minha leitura de Bulldogma. Conversamos sobre a origem da HQ, seus métodos de produção ao longo dos últimos anos, a influência de outras artes e técnicas na criação do gibi, suas inspirações e a já histórica campanha de divulgação do livro – marcadas por trailers lindos e uma série de entrevistas que já nasce clássica. Papo bom demais. Saca só:

“Eu queria envolvimento, algo que tomasse de assalto o tempo do leitor e permitisse a ele desenvolver um certo afeto. As histórias em quadrinhos são ideais para isso, principalmente pelo poder de sugestão dos desenhos.”

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Mais um trailer para Bulldogma

Volto a insistir: tá legal pra caramba todo o conteúdo produzido pelo Wagner Willian para divulgar Bulldogma. Além de ter aumentado a lista de entrevistados da Deisy Mantovani lá no Beijo da Mulher Barbada – com uma entrevista melhor que a outra, vale ressaltar -, ele acabou de divulgar o mais recente trailer do gibi. A prévia dessa vez tem ares muito mais soturnos que o trailer anterior. E Bulldogma ganhou data de lançamento: dia 19 de março, a partir das 16h, na Gibiteria aqui em São Paulo. Aguardo com ansiedade o que mais o quadrinista tem na manga até o livro chegar às lojas. Dá o play: