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Posts com a tag Jack Kirby

HQ / Marvel

O Quarteto Fantástico de Josh Trank e os Arqueólogos do Desconhecido de Planetary

Já leu Planetary? E o trailer do novo filme do Quarteto Fantástico? Assistiu? Estou forçando muito a barra em ver uma relação entre as duas coisas – pelo menos por enquanto. Achei o vídeo uma prévia muito bem amarrada de uma produção que considero bastante promissora. Já Planetary é um dos clássicos modernos das histórias em quadrinhos. Escrita pelo Warren Ellis e com desenhos do John Cassaday, é uma série de 27 edições protagonizadas por três pessoas, os Arqueólogos do Impossível, que desvendam os mistérios do Universo. Corra atrás dos quatro encadernados que colecionam o título, a Panini relançou ano passado.

Gosto muito de pensar que o Josh Trank vai desligar da estética Marvel e criar uma linguagem e abordagem própria para o que podemos compreender como super-heróis. Aliás, estamos falando do cara que filmou Poder Sem Limites – fácil, fácil no meu top 5 de melhores filmes de super-heróis de todos tempos, junto com o primeiro Super-Homem e o Unbreakable do Shyamalan. Sei lá, pode não ser nada disso e o filme zicar completamente, mas eu boto mó fé nesse Quarteto. Stan Lee e Jack Kirby inspiraram com força o trabalho de Ellis e Cassaday. Josh Trank devia dar o troco com consciência pesada zero. De leve, mas bem de leve mesmo, esse trailer me fez acreditar que isso possa ter rolado. Pra quem conhece, vê só se não tem algo de Planetary nesse Quarteto:

HQ / Marvel

O conceito original de Jack Kirby para o Pantera Negra

Se tudo seguir como o planejado pela Marvel, pode ser que a partir de 2017 o Pantera Negra seja o que o Homem de Ferro virou a partir de 2008: um personagem B transformado em um dos símbolos da editora/estúdio. Criado em 1966 por Jack Kirby e Stan Lee, o Pantera deve ter seu visual cinematográfico bem parecido com o dos quadrinhos, como consta na imagem divulgada pela Marvel. No entanto, antes de dar ao personagem o uniforme parecido com um Batman sem capa, o Jack Kirby fez alguns testes com a fantasia do herói, seria bem mais colorida e menos sombria. Vi lá no tumblr do Bendis.

DC / HQ / Marvel

O dia que um beatle conheceu o Rei dos quadrinhos: o encontro entre Paul McCartney e Jack Kirby em 1975

Sempre fiquei curioso em relação a uma imagem popular em sites dedicados a quadrinhos na qual Paul e Linda McCartney estão conversando com Jack Kirby. Essa semana voltei a esbarrar com ela no tumblr do Bendis. Logo em seguida vieram mais dois posts, um com a capa do lado b de Venus and Mars, o quarto álbum do Wings, e outro com a ilustração aqui de cima – ambos de autoria de Kirby.

Sabia da capa de Venus and Mars com o Magneto e também conhecia Magneto and Titaniu-Man, uma das músicas do disco. Só não sabia que foi graças à essa canção que ocorreu o encontro entre o beatle e o Rei, um dos pais de toda estética da Marvel e co-criador de alguns dos principais personagens da editora (Quarteto Fantástico, X-Men, Hulk, Capitão América,…), além de ser autor de vários clássicos da DC. Taquei “paul mccartney jack kirby” no Google e logo no primeiro link já veio a explicação de como os dois se conheceram.

O texto que encontrei é de autoria de Steve Sherman. Hoje ele trabalha como designer de fantoches para filmes como Muppets e Homens de Preto. O começo da carreira dele foi como assistente do Jack Kirby, principalmente em revistas da DC. O irmão de Sherman, Gary, foi um dos responsáveis pelo encontro entre o quadrinista, sua família e o músico, em Los Angeles, no verão de 1975. O texto em inglês do Sherman está aqui. Segue a minha tradução:

kirbymccartney
“No final do verão/começo do outono de 1975, Paul McCartney, ex-Beatle, estava na turnê mundial de divulgação de sua nova banda, Wings. Eles tinham acabado de lançar Venus and Mars. Uma das canções do álbum, Magneto and Titanium-Man, era inspirada em personagens dos quadrinhos dos X-Men da Marvel.

A turnê chegou a Los Angeles fazendo um barulho enorme. Era a primeira visita de McCartney a Los Angeles desde o fim dos Beatles. Os ingressos esgotaram imediatamente para as três noites de apresentações.

No dia do primeiro show, meu irmão Gary pensou que seria demais se McCartney pudesse conhecer o Jack, já que era óbvio que ele era um fã do Kirby. O Gary concluiu que não tinha nada a perder e telefonou para a Capitol Records, que tem a sua sede em Hollywood. Ele pediu pra falar com o representante do Paul. Quando ele finalmente consegiu um contato, explicou que o Jack Kirby tinha feito um desenho do Paul e gostaria de saber se ele estaria interessado em conhecer o Jack. No final das contas o representante era um fã do Kirby e disse que ia checar com o ‘pessoal do Paul’. Quase uma hora depois ele telefonou de volta pro Gary e disse: “Pode apostar, o Paul vai ficar muito feliz de conhecer o Jack. Cheguem no Forum (local da apresentação) uma hora e meia antes do show”. O Gary ligou correndo pra casa do Kirby e falou com a Lisa, filha do Jack, para mostrar pra ele uma cópia do disco e pedir algum desenho pro Paul. O show começava às 20h, o que dava apenas três horas pro Gary ir até Thousand Oaks (cidade na Califórnia em que o Kirby morava) e estar de volta ao Forum, em Inglewood.

Quando o Gary chegou o Jack mostrou pra ele o ‘desenho’ que ele tinha feito. Como lembra o Jack era algo matador. O Jack tinha feito uma ilustração com um Magneto gigante levantando o braço em direção ao espectador, com o Paul e a Linda na palma de sua mão e o resto da banda na banda na outra mão, com todo tipo de planetas e criações típicas do Kirby no cenário. E o Gary tinha levado apenas 45 minutos para chegar à casa dos Kirby.

Uma coisa interessante dos retratos feitos pelo Jack é que diferentemente de seu traço exagerado e quadradão dos quadrinhos, os desenhos que ele fazia de sua família e esse do Paul e da Linda eram muito mais realistas e cheios de detalhes, semelhantes às artes dele no final dos anos 30. O Gary disse que estava parecendo a capa de um álbum.

Eles partiram para o Forum com o Gary na direção do Lincoln Town Car do Kirby. Enquanto Lisa, Roz (esposa de Kirby) e Gary estavam empolgados, o Jack se limitava às baforadas de seu cigarro (na época ele ainda fumava) e estava mais preocupado em parar na estrada para comprar um bolo de chocolate (um ponto fraco dele).

Ao chegarem no Forum os quatro foram para entrada lateral e recepcionados pelo chefe de segurança da turnê, outro fã do Kirby. Maluco por ter conhecido o Jack ele os levou para dentro, onde foram recebidos pela Linda McCartney. Ela fez um pequeno tour com eles. O Gary lembra que ela abriu a porta de um quarto onde estavam os músicos do Wings (alguém lembra quem estava na banda, além do Denny Laine?) sentados em círculo bebendo Jack Daniels. De repente, surge o Paul. “Oi, Jack, muito prazer.” O Jack deu o desenho ao Paul e a Linda, que eles consideraram ‘arrasador’. O Paul agradeceu ao Jack por evitar que eles pirassem durante a produção do disco, na Jamaica. Parece que não havia muito o que fazer por lá e eles precisavam encontrar coisas pra manter as crianças ocupadas. A sorte era que havia uma loja que vendia quadrinhos e o Paul ia comprar as edições mais recentes. Aí uma noite a música ‘Magneto and Titanium-man’ surgiu na cabeça dele. O negócio é que bastavam alguns minutos com o Jack para você se sentir como o melhor amigo dele, então não demorou pro Paul estar rindo com o Jack como se eles se conhecessem há anos.

A Lisa estava com a câmera dela, então foram tiradas várias fotos, uma delas o Gary carregou com ele durante anos (sempre mostrando pra todo mundo), com Paul, Linda, Gary, Lisa, Roz e Jack, todos sorrindo. O Paul perguntou se eles tinham ingressos pro show (não esqueça que as três noites estavam esgotadas) e eles disseram que não. O Paul então balançou a cabeça pra alguém e num passe de mágica surgiram quatro ingressos com letras grandes e vermelhas estampadas: PROMOCIONAIS. Todo mundo se despediu e Gary e os Kirby foram levados para ficar junto com o púbico. Eles sentaram em frente ao palco, mais ou menos na 15ª fileira. De um lado deles estava o Ryan O’Neal e do outro o Michael Douglas.

O show começou e na hora do Paul cantar ‘Magneto’, ele fez uma introdução, disse: “Hoje a noite, na audiência, temos o criador do Magneto e de vários outros personagens de quadrinhos, eu gostaria de dedicar essa música a Jack Kirby”. O público deu um imenso grito de aprovação enquanto o Jack acenava.

Depois do show eles voltaram para Thousand Oaks, com o Jack concentrado no cigarro. “Sabe, Gary? Eu fiquei realmente grato por isso tudo”, disse o Jack sorrindo, “e para mostrar o quanto gostei, vamos parar no Bob’s Big Boy para um pouco de bolo de chocolate!”.”

HQ

Os desenhos de futebol americano de Jack Kirby

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Quando digo que o melhor da Marvel no cinema ainda está por vir é porque acredito que o rumo cósmico que o estúdio está dando para suas produções tem um potencial imenso de ter a estética de Jack Kirby como principal referência nesse caminho. Lembra a sequência no museu do Colecionador em Guardiões da Galáxia? Vê se o visual da história contada pelo personagem do Benício del Toro não é copiado e colado dos desenhos do Kirby pros Eternos. Um dos co-criadores de Capitão América, Hulk, X-Men e Quarteto Fantástico, ele é tão importante para a editora quanto Stan Lee. Mas o assunto aqui vai além de quadrinhos: em outubro de 1973 Jack Kirby fez uma série de ilustrações pra Pro, uma revista dos Estados Unidos voltada pra cobertura de futebol americano. As ilustrações misturavam o esporte com a temática dos heróis tão bem dominada por Kirby. Coisa finíssima. Ó:

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DC / HQ / Marvel

A cartografia dos quadrinhos

O Comic Book Cartography não vive apenas de mapas de cidades fictícias presentes em histórias em quadrinhos. O site também reúne diagramas e plantas presentes em edições antigas e novas de algumas revistas, principalmente de super-heróis. Meus posts preferidos são dedicados às ilustrações do Jack Kirby, como esse mapa de Asgard aqui de cima. Também vale dar uma olhada nas várias artes dedicadas à Batcaverna. Dá pra passar um tempão no blog, saca só.

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Cinema / HQ / Marvel

Jack Kirby X Ridley Scott

A ilustração aí de cima é uma daquelas páginas duplas belíssimas do Jack Kirby, publicada em 1976 na primeira edição de Os Eternos da Marvel. Você pensou na mesma coisa que eu? Lembra demais a câmara onde a tripulação da Nostromo encontra o corpo do Space Jockey em Alien – O Oitavo Passageiro, lançado só em 1979. Dali até que saiu todo o conceito por trás de Prometheus e talz… Enfim, não que seja plágio nem nada, mas vai saber né não? Esbarrei com a imagem lá no Randomaniac.

SpaceJockeyAlien