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Série Postal 2018 é indicada na categoria Publicação Independente de Grupo do 31º Troféu HQMIX

A Série Postal 2018 foi indicada na categoria Publicação Independente de Grupo do 31º Troféu HQMIX, a mais tradicional premiação brasileira de quadrinhos – você confere a lista completa com os indicados de todas as categorias clicando aqui.

Projeto do blog Vitralizado, a Série Postal tem o objetivo de expandir o alcance do trabalho de artistas com propostas autorais e experimentais e em 2018 contou com a parceria com a gráfica Juizforana. Com distribuição gratuita, o projeto também surgiu como uma provocação em tempos nos quais edições luxuosas, caras e pouco acessíveis dominam o mercado.

Em 2018, no 30º HQMIX, o primeiro ano da Série Postal, lançado entre janeiro e dezembro de 2017, foi indicada na categoria Melhor Publicação Mix.

Como idealizador e editor do projeto, agradeço aos jurados que indicaram a Série Postal. Também agradeço aos cinco incríveis artistas que contribuíram para o segundo ano da coleção: Alexandre S. Lourenço, Raquel Vitorelo, Cecília Silveira, Deborah Salles e Diego Gerlach. Também agradeço aos lojistas que ajudaram na difusão da série e, principalmente, ao designer e grande amigo Jairo Rodrigues, essencial para o desenvolvimento do projeto.

Os títulos e autores vencedores do HQMIX saem da votação de um júri convidado e a entrega dos troféus da premiação está marcada para o dia 15 de setembro, no SESC Pompeia, em São Paulo. Sorte a todos e fico aqui na torcida pela Série Postal! Reproduzo a seguir a lista com os demais indicados na categoria Publicação Independente de Grupo e as cinco edições da Série Postal 2018:

As 10 obras indicadas na categoria Publicação Independente de Grupo do 31º Troféu HQMIX
A HQ de Alexandre S. Lourenço para a Série Postal 2018
A HQ de Raquel Vitorelo para a Série Postal 2018
A HQ de Cecília Silveira para a Série Postal 2018
A HQ de Deborah Salles para a Série Postal 2018
A HQ de Diego Gerlach para a Série Postal 2018

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Série Postal 2018: a HQ produzida por Diego Gerlach para a coleção

Aqui está a arte de Diego Gerlach para o quinto e último número da Série Postal 2018. A HQ foi batizada pelo quadrinista com o título Eu Espio Você, Você Me Espia e está ambientada dentro do Gilsoverso, universo povoado pelos personagens do autor com os protagonistas do selo Vibe Tronxa Comix e da série Know-Haole. O quadrinho começará a ser distribuído de graça nos próximos dias em lojas especializadas de São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Goiânia – você confere os pontos de distribuição no tumblr da Série Postal e na fanpage do projeto. O lançamento da HQ ocorrerá em evento em São Paulo, com a presença do autor, mas ainda sem data confirmada.

A Série Postal 2018 teve sua primeira edição lançada no mês de março, com um trabalho do quadrinista Alexandre Lourenço. O segundo número foi publicado em abril, com uma HQ da artista Raquel Vitorelo. A terceira edição, batizado de Ausência de Si, é da autora Cecília Silveira. O quarto número foi lançado no mês de junho, com arte da quadrinista Deborah Salles. As 12 edições prévias do projeto foram assinadas por Mariana Paraizo, Jão, Felipe Nunes, Daniel Lopes, Paula Puiupo, Manzanna, Felipe Portugal, Bárbara Malagoli, Bianca Pinheiro, Taís Koshino, Pedro Cobiaco e Pedro Franz.

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Deborah Salles e a produção do quarto número da Série Postal 2018

Volto a reunir por aqui a íntegra do depoimento de um artista participante da Série Postal sobre a produção de um dos números do projeto. Dessa vez, publico a íntegra das falas da quadrinista Deborah Salles sobre os bastidores do trabalho dela para a quarta edição do projeto no ano de 2018. Aproveito a deixa pra recomendar um pulo lá no Tumblr da coleção – no momento estão saindo por lá os comentários de Diego Gerlach sobre a quinta e última edição da Série Postal 2018. A seguir, aspas de Deborah Dalles:

“A primeira coisa em que pensei foi o formato. O convite para participar do projeto veio na época em que eu estava finalizando o meu TCC e fiquei refletindo em como pensar o quadrinho a partir do meu trabalho como designer, em como compor uma página e etc. Refleti sobre a proporção do postal e o que esse formato trazia pra mim.

A segunda coisa foi como as pessoas usam o postal e manipulam esse objeto. Quando você tem um postal em uma mesa, a chance de pegá-lo do lado certo é de 50%. É muito comum você virar um postal, virar de um lado e pro outro, ver o verso e a frente. É algo muito caraterístico do objeto, então pensei como trabalhar isso na história também. Esse era o meu gancho: como falar dessa manipulação”

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“Quando veio o convite pra participar eu tava numa época em que ia começar a usar óculos. Eu tava desenhando muito, aí minha visão ficou zoada e precisei dos óculos para ela ficar mais descansada. Achei que seria uma boa história, contar isso e também pensar nesse movimento das coisas pra ver melhor, seja aproximando ou afastando. O postal tem muito disso também: você pega e aproxima para poder ver melhor e depois joga de volta pra algum lugar”

“Eu queria fazer esse movimento de aproximação significar coisas diferentes. Quando você está vendo o zoom mais fechado na pessoa, você não consegue identificar o que está acontecendo. Na letra é o contrário, quando está o zoom mais aproximado é quando você entende. Então eu queria fazer esse jogo de um mesmo movimento significar duas coisas distintas”

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“Essa ideia surgiu dentro do consultório do oftalmo. Você tá lá, faz o teste pra ver o seu grau, com letras que parecem a mesma coisa e vão ficando mais claros. Eu achei que isso ia dar a mesma ideia. Eu queria fazer a coisa do postal girar. Então eu fiz uma coisa que fosse inversa uma da outra. Quando você está vendo a personagem mais de longe, a coisa que está em baixo disso é a letra mais de perto, é o movimento inverso e acho que fecha um ciclo”

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“Foi bem fácil entender na minha cabeça o que eu queria fazer, mas muito difícil fazer um desenho pra explicar o que eu queria fazer. É muito recente para mim trabalhar com outras pessoas e mostrar meu trabalho antes dele estar pronto. Eu peno muito pra fazer um desenho que fique claro. É muito estranho… Eu tô fazendo um livro com uma amiga, ela tá escrevendo e eu tô desenhando e eu tenho que deixar claro o que eu vou fazer antes de fazer, né? Nossa, é muito difícil. Achei que essas leituras do A-B-C iam funcionar melhor, mas nunca sei se isso vai ser claro pra outra pessoa”

“Eu tenho um interesse nesses temas banais e cotidianos, é algo que vai além dos quadrinhos. Seinfeld e essas histórias sobre nada sempre me chamam mais atenção, tem uma sutileza de histórias simples que eu gosto muito. A graça tá em outras coisas, não em grandes acontecimentos, sabe? Isso me interessa, trabalhar com o mínimo possível pra poder expandir as coisas, trabalhar além de uma narrativa com um grande arco ou um grande acontecimento”

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“No meu Trabalho de Conclusão de Curso na faculdade eu queria falar um pouco disso, de rotina dessa designer que vive em São Paulo e vê a cidade tendo designs muito diferentes do que ela faz. É um quadrinho que fala desse isolamento. Tem todas essas marcas ao redor dela, identidades visuais que mudam toda hora, enquanto o trabalho que ela faz é muito mais lento, tem outro tempo outro contexto, algo que já não tem lugar. Pra isso eu pensei do mesmo jeito do postal: resolvi primeiro o formato do livro, como ele ia ser, e a partir disso eu fiz a histórias”

“Como eu tava nessa de pensar o formato e pensar no objeto, eu também queria deixar o postal mais relacionado ainda com o design gráfico e lembrar quem estiver usando que aquilo é algo impresso. Uma das coisas muito características da impressão em offset são as quatro cores CMYK – ciano, magenta, amarelo e o preto. Como a impressão seria em quatro cores, pensei em mostrar essas cores como elas são, puras. Por isso eu queria que o preto fosse não composto, esse preto que é uma chapa só, assim como azul, e o vermelho fosse uma composição exata de amarelo e magenta. Isso fala do processo de impressão, né? A ideia era aproximar a pessoa desse processo. Também por isso, o desenho foi feito na mesma escala em que foi impresso. Quando você vê um desenho impresso no mesmo tamanho que o desenhista fez, te deixa mais perto da coisa”

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“No colegial eu usava mais postais, geralmente com amigas. Alguém viajava e mandava um postal. Aí eu recebi um monte de um amigo no primeiro ano da faculdade, o meu pai viu, gostou e agora ele sempre me manda postal. Se ele vai pra Minas Gerais ele me manda um postal. Então é uma coisa que está presente na minha vida”

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Sábado (30/6) é dia de lançamento da HQ de Deborah Salles para a Série Postal

Ei, tem programa pra sábado (30/6)? Convido você pra aparecer na loja da Ugra aqui em São Paulo para o lançamento da HQ da Deborah Salles para a quarta edição da Série Postal. O evento está marcado para começar às 16h e a loja da Ugra fica ali na Galeria Ouro Velho, no número 1371 da Rua Augusta. Além do número mais recente da Série Postal também estarão sendo lançados por lá os álbuns novos das quadrinistas Raquel Vitorelo (Tilt), Jéssica Groke (Me Leve Quando Sair) e Amanda Paschoal Miranda (Hibernáculo). Aliás, falei sobre esses três quadrinhos por aqui, tá lembrado? Entrevistei a Jéssica Groke e a Amanda Paschoal Miranda e fiz uma breve resenha sobre o trabalho da Raquel Vitorelo.

Enfim, convite feito. Você confere outras informações sobre esses lançamentos lá na página do evento no Facebook. Enquanto isso, também recomendo um pulo lá no tumblr da Série Postal procê ler mais sobre o trabalho da Deborah Salles pro projeto.

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Série Postal 2018: as HQs produzidas por Deborah Salles para a coleção

Aqui estão as duas artes produzidas pela Deborah Salles para a quarta edição da Série Postal 2018. A HQ começará a ser distribuída na próxima semana e será lançada oficialmente no dia 30 de junho, na loja da Ugra, aqui em São Paulo (em breve divulgo mais informações sobre esse evento por aqui). Caso tenha ficado curioso em relação às diferenças das duas versões do trabalho, recomendo um pulo no Tumblr da Série Postal. A Deborah explica por lá um pouco das reflexões dela sobre ordem e sentido de leitura e como tudo isso foi aplicado nessa HQ.

A Série Postal 2018 teve sua primeira edição lançada no mês de março, com um trabalho do quadrinista Alexandre Lourenço. O segundo número foi publicado em abril, com uma HQ da artista Raquel Vitorelo. A terceira edição, batizado de Ausência de Si, é da autora Cecília Silveira. As 12 edições prévias do projeto foram assinadas por Mariana Paraizo, Jão, Felipe Nunes, Daniel Lopes, Paula Puiupo, Manzanna, Felipe Portugal, Bárbara Malagoli, Bianca Pinheiro, Taís Koshino, Pedro Cobiaco e Pedro Franz.

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Cecilia Silveira e a produção do terceiro número da Série Postal 2018

Reúno mais uma vez por aqui a íntegra do depoimento de um dos artistas participantes da Série Postal sobre o desenvolvimento do trabalho deles para o projeto. Dessa vez, a quadrinista Cecília Silveira comenta os conceitos, as técnicas e as reflexões por trás do terceiro número da coleção em 2018, batizado de Ausência de Si. Se quiser ter acesso a esse conteúdo com antecedência, siga o tumblr da Série Postal – estou apresentando por lá no momento, os bastidores do trabalho de Deborah Salles já para a quarta edição. A seguir, aspas, rascunhos, textos e ilustrações de Cecília Silveira:

“Eu tinha feito um trabalho pra um professor que ama ficção científica, o Felipe Abranches – professor do Ar.co, aqui em Lisboa e com uma história muito consolidada na banda desenhada em Portugal. O Felipe propôs um desafio de pensarmos cinco vinhetas (quadros) de forma que os quadrinhos não fossem unidades autônomas naquele corte de tempo, que a gente conseguisse refazer um cenário, que a gente conseguisse refazer a imagem total daquele espaço-tempo, que o conjunto das vinhetas fosse mais abrangente. Eu fiz, só não era de ficção científica como ele queria (risos)”

“Eu tinha essas vinhetas prontas: uma era um céu, outra uma vista de cima de uma cidade,… A ideia era fazer um movimento que fosse de cima pra baixo, do céu pro chão, e que a câmera tivesse num plano aberto, indo do macro pro micro. Então o objetivo era fazer um movimento que estivesse descendo e aprofundando”

“Pensando essa possibilidade, esse olhar específico da câmera, não só fazendo os quadros, é que foi o ganho pra mim. Eu tenho uns cadernos nos quais vou fazendo uns rascunhos e depois desenvolvo cada ideia. Então esse rascunho já existia no meu caderno e eu fui melhorando”

“Quando eu fui convidada pra fazer o postal eu logo soube o que ia criar, então o grande desafio foi: eu já tinha feito um tratamento em preto e branco e podia ser colorido, mas como reunir esses cinco quadros em um espaço de um postal? As cinco vinhetas, como eu tinha desenhado, não iam caber nesse espaço. Essa sobreposição das artes foi a parte mais complicada do processo, mas o quadrinho ganhou muito com ela”

“Todas as coisas que faço tem algo de poesia, o texto tem um peso muito grande no processo. Não penso nunca apenas as imagens, penso as duas coisas juntas. Antes de trabalhar com quadrinho em trabalhava com música. Eu trabalhei com a cantora Erika Machado durante sete anos, eu era letrista, a gente se conheceu na Belas Artes, em Belo Horizonte. Era um processo contínuo de fazer música e texto e eu não deixei de fazer isso, mas agora eu faço quadrinhos”

“Me interessa que a cor seja um instrumento narrativo, como ocorre nessa história. O azul vai conduzindo para essa coisa terrosa do fim. Essa é uma história em que eu tento extravasar as vinhetas, os quadrinhos, com as cores, de forma que fique meio sujo e tosco. Na verdade ficou até bonitinho, eu queria que tivesse ficado mais podre (risos) pra deixar claro essa coisa do processo, das múltiplas camadas”

“Eu comecei tudo no Photoshop e depois fui pro manual. Essa coisa da materialidade é algo muito português que acabou entrando no meu trabalho. Eles são velho mundo, então é comum nas BDs daqui esses puritanismos, como fazer na mão e tal. Mas isso foi bom, eu já tinha parado de desenhar há muito tempo e voltei a rever as contradições e distorções do meu desenho. Vou aceitando cada vez mais o acaso e o erro… O erro não, o acaso”

“Eu fiquei obcecada com a ideia de fazer caber esse quadrinho que eu já tinha desenvolvido no espaço de um cartão postal. Foi mesmo um desafio e o resultado é um outro objetivo, completamente distinto do que eu já tinha feito, com outra relação espacial. As sobreposições ajudaram muito esse trabalho e deram essa forma de poesia. As cores também contribuíram e deram essa cara de cair da tarde”

“Eu tinha acabado de assistir uma conferência no doutorado de uma pintura que chama Ana Marta. Na conferência ela fazia uma sobreposição entre uma obra do Julio Verne, O Raio Verde, com o Fragmentos do Discurso Amoroso do Roland Barthes e o trabalho dela como pintora. Ela disse que buscava o ápice da luz natural nos objetos e o romance do Julio Verne fala desse ápice do pôr-do-sol e existe mesmo esse fenômeno óptico, chamado de Raio Verde. O terceiro quadrinho do postal, com o casal em um desencontro amoroso, é verde. Eu tava com isso na cabeça, com essas coisas todas quando fiz o postal. Essa justaposição entre um texto filosófico e também poético do Barthes com o desencontro amoroso, que também tem a ver com o pano de fundo da história – a perda de tempo e o desvanecer da vida… Então tá tudo aí”