Fui entrevistado pela jornalista Gilze Bara no programa SobreTUDO, produção da UniAcademia – universidade de Juiz de Fora (MG) na qual fiz a minha graduação em jornalismo. Papo muito massa focado no meu livro, Vitralizado – HQs e o Mundo (MMarte) – mas também sobre jornalismo, HQs, a vida e tudo mais. Dá o play:
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Uma conversa sobre Vitralizado – HQs e o Mundo no Lasercast
Participei do mais recente episódio do Lasercast, podcast do blog Raio Laser, para falar sobre o meu livro Vitralizado – HQs e o Mundo (MMarte). Fui entrevistado por Bruno Porto, Lima Neto e Márcio Paixão Jr. – também editor do livro. Foi um papo revelador sobre a obra. Falamos sobre as escolhas dos textos e das entrevistas que acabaram entrando e a minha relação com as publicações com as quais colaboro, além de contarmos alguns bastidores da edição do livro. Papo massa demais. Já ouviu? Dá o play:
Uma conversa com Vinicius Felix sobre Vitralizado – HQs e o Mundo (parte 2)
Está no ar a segunda parte da minha participação recente no podcast Telefonemas, do jornalista Vinicius Felix. Conversamos sobre Vitralizado – HQs e o Mundo, meu livro de reportagens e entrevistas publicado pela editora MMarte. Nessa sequência da entrevista (já viu a primeira parte?), o papo focou nas minhas preferências atuais em relação a quadrinhos e o reflexo desse filtro na linha editorial do livro, saca só:
Vitralizado – HQs e o Mundo: uma conversa entre Ramon Vitral e Márcio Paixão Jr. (parte 2)
Vitralizado – HQs e o Mundo é uma coletânea de reportagens e entrevistas reunindo o que produzi de melhor ao longo dos 10 anos do blog. A obra será publicada pela editora MMarte – com capa de Fabio Zimbres, prefácio de Érico Assis, posfácio de Maria Clara e textos de orelha de Rogério de Campos e Douglas Utescher. Você compra o seu exemplar cliando aqui.
Compartilho agora a segunda parte de uma troca de emails entre eu e o editor do livro, Márcio Paixão Jr. Nossos papos têm girado em torno da linha editorial do blog, da edição de Vitralizado – HQs e o Mundo e das expectativas de nós dois em torno do lançamento da obra. Após uma primeira pergunta minha para o Márcio, vem a pergunta dele para mim. Ó:
Márcio Paixão Jr.: Em que momento você percebeu que era possível ter um diálogo direto com os maiores quadrinistas do mundo?
Ramon Vitral: Não tenho certeza se houve um momento específico. Nunca me pareceu impossível ter esse diálogo. Desde a faculdade sempre acreditei bastante em mandar emails e telefonar. Sempre na aposta do “vai que rola?”. Aí acabou acontecendo. É claro, várias dessas tentativas de entrevistas acabaram não emplacando, mas acredito que a maior parte delas virou. Não tem muito segredo, eu mando um alô, digo que é para uma entrevista e acontece – ou não. A maioria dos meus entrevistados, das minhas fontes, é de artistas, pessoas que querem divulgar seus trabalhos e expor suas crenças e opiniões para o mundo, então não é muito difícil conseguir essas entrevistas. Acho que o mais difícil mesmo é conseguir algo original, uma fala sincera, desses artistas. Nem todo mundo se dispõe a uma troca real de experiências. E tudo bem. Aliás, ninguém é obrigado a dar entrevista, eu inclusive prefiro que pessoas não gostam de ser entrevistadas não deem entrevistas. Entrevista também é conversa, não faz sentido se predispor a ser entrevistado se você não quer conversar.
Eu também me impressiono com “o time que reuni”, como você disse. Lá em 2013, quando entrevistei o Chris Ware pela primeira vez, lembro que pensei, “pronto, se parar hoje tá bom demais, já entrevistei a Laerte e o Chris Ware, não preciso de muitos mais gênios no meu currículo”. Aí que segui e veio mais gente extraordinária. Mas mais do que esses GRANDE NOMES, fico ainda mais feliz com as trocas sinceras que tive ao longo desses anos. Acho que consegui tirar de muitas pessoas respostas honestas em relação às visões delas do mundo e as motivações e inspirações por trás de seus trabalhos. Talvez essas sejam as minhas grandes motivações.
O papo continua nos próximos dias!
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Papo com Alan Moore, autor de Iluminações (parte 1): “O pessimismo, não importa quão bem fundamentado, é quase sempre inútil”
Entrevistei o escritor inglês Alan Moore, autor de alguns dos maiores clássicos das HQs mundiais. A nossa conversa teve como ponto de partida Iluminações, coletânea de contos do autor britânico publicada no Brasil pela editora Aleph, com tradução de Adriano Scandolara e capa de Pedro Inoue. O meu papo com Moore é conteúdo exclusivo da edição nacional de Iluminações, disponível nas melhores livrarias e no site da editora Aleph.
Publico agora a primeira de três perguntas da entrevista que o pessoal da Aleph liberou para compartilhar aqui no blog. Ela vem acompanhada de uma pequena introdução, na qual falo com Moore sobre o contexto no qual Iluminações foi lançado no Brasil – nos últimos instantes do governo de Jair Bolsonaro. Saca só:
Vivemos tempos estranhos em todo o mundo, mas o Brasil passa por um período extraordinariamente catastrófico. Temos um presidente de extrema-direita, um homem que repetidamente expressou (e pôs em prática) suas visões autoritárias e antidemocráticas. Parece-me que a situação no Reino Unido talvez seja menos catastrófica, mas vocês também estão convivendo com as consequências do Brexit e do período durante o qual Boris Johnson foi primeiro-ministro. Digo isso para explicar como a publicação do seu livro e a oportunidade de conversar com você representam um alívio em meio a todo esse obscurantismo.
O título Iluminações soa muito pertinente para este período sombrio pelo qual estamos passando. Existe alguma luz que permita algum otimismo quanto ao futuro da humanidade?
O otimismo, justificado ou não, é a única postura funcional, e o pessimismo, não importa quão bem fundamentado, é quase sempre inútil; um ato de entregar-se às circunstâncias que torna essas mesmas circunstâncias praticamente inevitáveis. Em quase todas as frentes – a contínua destruição do meio-ambiente; a intenção óbvia dos bilionários do mundo de roubar o dinheiro de todos; a invasão da cultura de vigilância em todas as vidas humanas do planeta; a desestabilização da realidade consensual sob uma avalanche de idiotice ridícula; a ascensão de algo que sequer dá para chamar de fascismo; o desejo em massa de escapar para uma realidade de fantasia, seja a Second Life ou o Metaverso, como se fosse existencialmente possível – nossa espécie parece estar numa condição terminal, sem a menor esperança. O meu próprio otimismo, tal como é, nasceu da minha percepção de que o desenvolvimento humano pode estar seguindo a fórmula alquímica de solvé et coagula, onde solvé é o processo de análise, de desmontar algo até o seu componente mais ínfimo, a fim de compreender plenamente o todo, e coagula é o processo de síntese, de reunir os componentes de volta de uma forma aprimorada. Minha esperança é que a fragmentação que vemos hoje em quase toda parte na sociedade seja o último estágio necessário de solvé, o desmantelamento do antigo mundo, para que a parte de coagula possa começar a construir o novo. Pode ser uma esperança frágil, mas é a única fonte de iluminação que eu consigo discernir no que, fora isso, é um apagão moral pestilento.
(Na imagem que abre o post, a arte original de John Totleben para a edição 60 de Monstro do Pântano, com roteiro de Alan Moore, lançada em maio de 1987)
Vitralizado – HQs e o Mundo: uma conversa entre Ramon Vitral e Márcio Paixão Jr. (parte 1)
Compartilho agora a primeira parte de uma troca de emails entre eu e o editor do livro, Márcio Paixão Jr. Nossos papos têm girado em torno da linha editorial do blog, da edição de Vitralizado – HQs e o Mundo e das expectativas de nós dois em torno do lançamento da obra. Começo a série com uma pergunta minha para o Márcio, saca só:
Ramon Vitral: Por que publicar Vitralizado – HQs e o Mundo?
Márcio Paixão Jr.: Porque eu sou fã do VITRALIZADO, ora bolas!
Sempre encontrei no blog a perspectiva que me interessa na abordagem das histórias em quadrinhos: uma linguagem complexa, sofisticada e que dialoga com o mundo e a vida. Essa abordagem é extremamente rara em veículos do gênero. De um modo geral, o que temos é aquela coisa constrangedora do consumo nerd, infantilizada e alienada. Gente que comemora bilheteria de filme de super-herói, esse tipo de presepada.
Os leitores de quadrinhos que julgo interessantes são aqueles que não estão isolados do mundo, que não consomem exclusivamente gibi, que são capazes de discutir arte, cultura e política. Pra mim, o VITRALIZADO sempre teve seu olhar voltado para esse leitor, oferecendo um conteúdo do mais alto nível.
Também gosto de veículos de crítica de quadrinhos – faço, inclusive, parte de um deles, o Raio Laser – Quadrinhos Além! –, mas o VITRALIZADO é mais um blog de jornalismo sobre quadrinhos do que de crítica propriamente dita. Isto é, ao invés (ou para além) de análises, o que encontramos ali é um diálogo profundo com os autores. É a reflexão deles às questões que você coloca.
Ouvir esses autores em primeira mão, de forma tão íntima, é algo que ainda me inspira, instiga e emociona. E vou te falar uma coisa, Ramon: que time é esse que você reuniu ao longo de uma década?!?! Poucos veículos do mundo produziram um catálogo de entrevistas e textos tão ricos e diversos. Editando o livro, vendo (ouvindo, na verdade) todos aqueles artistas, minhas pernas amolecem, bicho. Quem te deu autorização pra fazer isso comigo?
De modo que, segundo meu critério editorial de bambeamento de perna, não tive dúvida alguma em trazer o VITRALIZADO – HQs e o Mundo pra MMarte. (Fora que ambos comungamos a visão de que a Amazon é um câncer…)
O papo continua nos próximos dias!
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