Tinha muito gente no aguardo por um trabalho longo do Guilherme Petreca. Depois dos breves Carnaval dos Meus Demônios e Galho Seco, ele finalmente lançou o maior e mais ousado Ye. Em termos de arte, é um dos quadrinhos mais bonitos publicados no Brasil em 2016. O enredo infanto-juvenil sobre um rapaz em busca de sua voz e seu lugar no mundo também é bastante eficaz. Estou curioso para saber sobre os próximos trabalhos do autor.
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Guilherme Petreca apresenta o making-of de Ye na loja da Ugra
O Ye do Guilherme Petreca tem algumas das páginas de quadrinhos mais bonitas publicadas no Brasil em 2016. Já falei bastante sobre o gibi e outros trabalhos do autor por aqui, lembra? Sábado agora a loja física da Ugra comemora um ano de existência e um dos eventos marcados pra rolar no dia é uma apresentação ao vivo do Petreca falando sobre a produção do quadrinho. Já iria de qualquer maneira, mas acabei sendo convidado pra mediar a conversa entre o quadrinista e o público presente e sei que a promessa é de um papo bem massa. Então tá marcado: sábado, (2/6), às 10h. Mas cara, corre lá no site da Ugra que as vagas são limitadas.
Papo com Guilherme Petreca, o autor do recém-lançado Ye, de Carnaval de Meus Demônios e Galho Seco
O traço de Guilherme Petreca é um dos mais belos e singulares dos quadrinhos brasileiros. A primeira obra em formato de HQ do autor foi o curtíssimo Galho Seco, trabalho independente lançado em 2014 e com apenas 12 páginas. No final de 2015 ele publicou Carnaval de Meus Demônios, pela Balão Editorial. Apesar da qualidade de ambas as obras, elas servem apenas como um cartão de visitas, as duas são curtas demais e apenas instigam os possíveis dotes de Petreca como autor de uma HQ. Recém-lançado pela editora Veneta, Ye é o passo seguinte e mais ousado do quadrinista.
As 176 páginas do álbum infantojuvenil de Petreca focam nos esforços do inocente Ye em busca de sua voz e identidade em uma jornada por um mundo habitado por bruxas, demônios e piratas. O inimigo do herói é um rei que abastece seus poderes com o medo de seus súditos. O título é explicitamente influenciado por romances/quadrinhos/filmes de formação, com um diálogo imenso com as animações de Hayao Miyazaki. Tudo isso dentro de uma estética única, que mescla ambientações urbanas que remetem a cidades da Europa Oriental a vestimentas e feições que parecem vindas da América do Sul.
Em produção desde 2014, quando foi anunciado como um dos projetos financiados pelo Proac, Ye talvez seja apenas curto demais. Apesar de ser o mais longo projeto de Petreca, ele pede mais páginas, para aprofundar principalmente as personalidades e nuances de seus coadjuvantes. Ainda assim, é um grande trabalho, com um preto e branco belíssimo e uma arte sem igual. Bati um papo por email com o quadrinista. Conversamos sobre suas inspirações em Ye, seus métodos de produção, suas experiências com as editoras com as quais trabalhou e também sobre seus próximos projeto. Conversa bem boa. Ó:
“O Ye é trapaceado, não tem voz, vive com medo. Diante do cenário político atual é como me sinto. A solução é matarmos os reis”
A capa e quatro páginas de preview de Ye, a nova HQ de Guilherme Petreca
Já comentei por aqui como fico hipnotizado com os desenhos do Guilherme Petreca. É um puta preto e branco bonito pra caramba, com um traço sem igual em qualquer canto. Hoje o pessoal da Veneta divulgou a capa de Ye e liberou aqui pro blog um preview de quatro páginas da obra, o tão aguardado primeiro quadrinho longo do autor. Além das minhas altas expectativas em relação ao gibi, tô curioso pra caramba com essa HQ. Galho Seco é fenomenal, mas tão curto que acho que dá pra chamar apenas de teaser. Carnaval de Meus Demônios tem um título lindo, uma capa matadora e algumas artes inspiradas, mas tá mais pra livro ilustrado que quadrinho. Então vamo vê. O livro tá previsto pra sair dia 14 de abril, terá 176 páginas e vai custar R$60.
A sinopse da obra diz assim: “Piratas, bruxas, malandros e monstros: o jovem mudo Ye enfrenta toda sorte de perigos e desventuras, em sua jornada de autodescoberta. A história retrata de forma poética a transição entre a adolescência e a fase adulta.
Uma aventura envolta por magia, símbolos e metáforas indicada a leitores de todas as idades, criada por Guilherme Petreca, uma das principais revelações da nova narrativa fantástica brasileira”. O que acha? Minhas apostas são altas e acredito muito que vem algo grande por aí. As quatro páginas a seguir deixam tudo ainda mais promissor – e putz, que capa, hein?