Premiado em 2021 com o Grand Prix de la ville d’Angoulême, reconhecimento pelo conjunto da obra do tradicional Festival International de la Bande Dessinée d’Angoulême, o quadrinista Chris Ware assina um dos três cartazes da edição de 2022 do evento francês. Os outros dois cartazes são de autoria de Jun Mayuzuki e Fanny Michaëlis. A 49ª edição do Festival de Angoulême está marcada para ocorrer entre os dias 27 e 30 de janeiro do próximo ano.
A arte de Chris Ware para o cartaz do evento francês é divulgada no mesmo mês que Rusty Brown chegou às livrarias brasileiras. Entrevistei o autor e transformei esse papo em matéria para o jornal Folha de S.Paulo, depois compartilhei por aqui a íntegra da conversa. Você pode conferir nos arquivos do blog outros cartazes de edições prévias para o Festival de Angoulême – com artes de Taiyo Matsumoto, Charles Burns, Katsuhiro Otomo, Bill Waterson e outros.
Posts por data outubro 2021
Papo com Chris Ware, autor de Rusty Brown: “A empatia é o sentido mais importante que o ser humano pode aperfeiçoar; é o único ‘superpoder’ que temos”
Doze anos após o lançamento de Jimmy Corrigan – O Menino Mais Esperto do Mundo em português, Rusty Brown é apenas o segundo álbum do quadrinista norte-americano Chris Ware publicado no Brasil. Recém-lançado pela editora Companhia das Letras, em tradução de Caetano Galindo, o título é uma das publicações mais importantes do mercado brasileiro de HQs em 2021.
Entrevistei Ware e transformei essa conversa em matéria para o jornal Folha de S.Paulo. Você lê o meu texto clicando aqui. Foquei esse meu novo papo com o autor nas percepções dele sobre quadrinhos como uma “arte da memória”. Ele também me falou sobre sua busca constante por empatia, refletiu sobre os paralelos vistos por ele entre HQs e música e contou sobre suas práticas atuais de carpintaria e escultura.
Deixo aqui o link para a minha matéria para a Folha e o link para a minha primeira entrevista com Ware – para a revista Galileu, em 2013. Reproduzo a seguir a íntegra dessa minha segunda conversa com o autor (traduzida pelo jornalista, pesquisador e tradutor Érico Assis):
“Nunca ‘vemos’ o mundo, mas, de certo modo, estamos sempre nos lembrando do mundo”

Você uma vez disse que pensa histórias em quadrinhos como “uma arte da memória” e que tenta expandir essa concepção em quase tudo o que faz. Você pode falar um pouco mais sobre essa sua percepção de quadrinhos como “uma arte da memória”? O que você quer dizer com essa expressão? Como você se propôs a explorar esse conceito em Rusty Brown?
Na época do colégio, eu sentava lá no fundão e deixava minha mente viajar, pensando em quanto tempo a luz leva para percorrer o espaço e me dando conta de que, somando esse tempo ao tempo que meu cérebro leva para processar a informação que entra pelos meus olhos, o que eu entendia como “presente” já tinha acontecido há um tempo e, enquanto isso acontecia, “o futuro” já estava rolando. Também me dei conta que, por conseguinte, o que eu via era uma construção, no mínimo uma reformulação sintética da coisa, pois, na prática, já era memória. As pesquisas atuais da neurociência sugerem que o que entendemos como “memória” sempre é uma espécie de reconstrução, uma maçaroca teatralizada que junta uma coisinha aqui e outra ali a partir da experiência, mas resumida e armazenada em forma de linguagem. E quando eu falo que ela é “distorcida”, quero dizer que pensamos em conceitos e, assim, também vemos em conceitos; a ideia que temos de um “abajur”, por exemplo, influencia a informação que o nosso cérebro vai processar como abajur, tanto quanto o que o cérebro percebe do abajur na nossa frente. Estas sensações ficam mais evidentes quando nos envolvemos com uma obra de arte potente e ela ‘muda o jeito como vemos o mundo’. Em outras palavras, nunca ‘vemos’ o mundo, mas, de certo modo, estamos sempre nos lembrando do mundo. Os quadrinhos se abastecem deste sumário da sensação e da sua reformulação sintética, mas viram a coisa do avesso e transformam em expressão. (Se é que isso não soa um absurdo de pedante; desculpe.)
Quando tinha uns 7 ou 8 anos, minha filha disse que estava furiosa com os meninos que só viam máquinas do tempo como trecos metálicos cheios de controles, botõezinhos e luzes. Ela achava imbecil porque todo mundo tem uma Máquina do Tempo: “A máquina do tempo está dentro da sua cabeça! Na sua mente, você pode ir aonde quiser!” A diferença entre imagens que vemos e aquelas em que “pensamos” é uma coisa difícil de descrever e de classificar; nunca paramos para ver as coisas enquanto olhamos, e o que olhamos na nossa mente pode ser diferente, se é que não apaga totalmente o que estamos vendo. Acho que é tipo não prestar atenção no professor da sétima série.
“O jeito mais fácil de ter empatia é me esforçar para entender e ver a pessoa de todos os ângulos”

Já li uma entrevista sua na qual você aponta paralelos entre quadrinhos e música. Um colega seu, o Sr. Seth, já apontou paralelos entre quadrinhos e poesia. De alguma forma, acredito que vocês estão falando de coisas parecidas que dizem respeito a ritmo, composição e o impacto desses elementos nos leitores. Como essa sua interpretação impacta o desenvolvimento dos seus quadrinhos?
Sempre que eu tento falar de música e quadrinhos, tento chegar na sensação inefável do que os quadrinhos produzem na minha mente, que eu penso como uma espécie de “música silenciosa”, que capta os ritmos do gestual humano que ‘ouvimos’, inconscientemente, quando vemos a pessoa se movimentar, algo similar ao que entendemos como música e, acho eu, retoma a experiência do mundo que pode ser até pré-linguística, quando nos comunicávamos por gestos e urros – música e dança, basicamente. Contradizendo a minha filha só um pouquinho, se pudéssemos mexer nos controles e nas luzinhas da máquina do tempo metálica e voltássemos aos tempos das cavernas, acho que íamos encontrar os peludos corcundas um cantando pro outro. A música é uma coisa tão profunda e essencial, tão inexplicável, que acho que ela se vincular a uma que coisa que foge à razão, primordial e, no mais, inexplicável.
Vejo nos seus quadrinhos um empenho constante em apresentar diferentes perspectivas de uma mesma personalidade e diferentes pontos de vista sobre um mesmo evento, às vezes até de toda uma vida. Penso na empatia que sinto pelo Jordan Lint, por exemplo, ela vem toda da passagem de Rusty Brown dedicada a ela. Você se propõe a instigar esse sentimento de empatia dos seus leitores ao explorar todas essas perspectivas?
A empatia é o sentido mais importante que o ser humano pode aperfeiçoar; é o único ‘superpoder’ que temos, e quando a pessoa é quadrinista, artista, escritora, música ou mecânica de automóveis (uma coisa tão importante quanto artista ou escritor), a pessoa sempre tem que tentar entender os outros do jeito mais refinado e clemente que puder. É coisa para a vida toda, que não dá para desistir se quisermos superar nosso histórico vergonhoso de violências, imposições e insensibilidades. Sendo escritor, acho que o jeito mais fácil de ter empatia é me esforçar para entender e ver a pessoa de todos os ângulos (e isso é o oposto do que o Twitter tende a nos incentivar, e é por isso que eu odeio o Twitter.)
“A linguagem dos quadrinhos em si também anda se provando mais resistente e expressiva e abrangente do que eu achei que fosse”

Você trabalha principalmente com papel e tinta e também com capintaria e esculturas. Por que essa sua abordagem tão artesanal para os seus trabalhos? O quanto você acredita que essa abordagem tão “antiquada” para os seus trabalhos determina o desenvolvimento das suas criações? O quanto você acha que ela determinou o desenvolvimento de Rusty Brown?
Tem alguma coisa na sensação de se sentar à mesa, olhar para a folha em branco e imaginar lugares e pessoas que não existem ou não existem mais que pode ser cansativo e deprimente às vezes. Quando se trabalha com madeira ou ‘construindo coisas’, a necessidade de solucionar problemas, a meu ver, é o antídoto perfeito para a opressão da prancheta. E acontece tanta autoanálise quando eu boto o lápis no papel que a parte tátil de medir e encaixar as coisas na madeira elimina grande parte, talvez até erradique, completamente, essa matutação corrosiva. Além do mais, esculpir é simplesmente mais divertido. Eu ando fazendo umas besteirinhas mais experimentais que combinam o processo do nanquim e o de ler quadrinhos a objetos, um tanto inspirado na obra do Saul Steinberg e em umas bobeiras que eu pensei quando estava cursando artes, há mais de 30 anos. São muito mais divertidas de se trabalhar do que só desenhar histórias.
O que mais te interessa hoje na linguagem das histórias em quadrinhos? O quanto esse interesse se faz presente nos seus trabalhos mais recentes e em suas próximas publicações?
Bom, para começar, hoje tem mais artistas que pensam a fundo e que são experimentais fazendo quadrinhos do que já houve na história da mídia. Ou seja, os quadrinhos estão mais vivos do que nunca e esses artistas, ou os melhores desses artistas, estão tentando chegar num resultado genuíno, que emociona, em vez de só querer fama e trocados. A linguagem dos quadrinhos em si também anda se provando mais resistente e expressiva e abrangente do que eu achei que fosse; quando era mais moço, eu só queria saber se ia conseguir me fazer sentir e, com sorte, fazer o leitor sentir alguma coisa que não uma diversão bobinha. Fiquei muito surpreso em descobrir que quadrinhos conseguem transmitir não só tristeza, mas também tudo que existe entre diversão e tristeza. Por fim, como eu já falei várias vezes, quadrinhos são uma arte descartável baseada na reprodução, de modo que, em essência, são lixo. Este status cultural permite uma conexão direta, sincera, com o leitor, exatamente o oposto da honestidade que a pessoa tem diante das artes plásticas, que sempre enxergamos por trás de uma gaze de teoria e notoriedade, quando não a pessoa se dando conta da sua ignorância em história da arte. Pelo menos essa é a minha experiência no geral; é provável que outras pessoas sejam bem ajustadas.
Galvão Bertazzi fala sobre a arte de aniversário de 9 anos do Vitralizado
O quadrinista Galvão Bertazzi assina a arte de aniversário de nove anos do Vitralizado. Bertazzi é autor das tiras das séries Vida Besta (reunida recentemente em coletânea da editora Pé-de-Cabra) e Um Ano Inteiro, do infantil Olivia Foi Pra Lua e de quadrinhos como Manual Prático da Complexidade Adquirida e Le Monstre (Ugrito #13). As artes prévias de aniversário do blog, produzidas a partir do quinto ano, foram assinadas por Jairo Rodrigues, Shiko, Benson Chin, Giovanna Cianelli e Deborah Salles.
Fiz a encomenda do cartaz para Bertazzi tendo em vista a Chamada Serigráfica, projeto do ateliê/editora Caderno Listrado voltado para a impressão de 365 obras em serigrafia. A obra foi impressa no formato A3, com três cores. Você pode comprar uma cópia do cartaz, numerada e autografada por Bertazzi, no site dele, clicando aqui.
Bati um papo com Bertazzi para saber mais sobre o desenvolvimento do cartaz celebrando os nove anos do blog. Ele me falou sobre alguns padrões recentes dos trabalhos dele que se fazem presentes na arte de aniversário do Vitralizado, comentou sua abordagem para ilustrações impressas em serigrafia e também expôs sua avaliação sobre o que considera essencial para um bom cartaz. Papo massa, saca só:
“A primeira coisa que me veio na cabeça foi: plantas!”

Logo quando começamos a conversar sobre esse cartaz do Vitralizado você já falou que estava pensando em algo relacionado à “temática plantas” em que tem trabalhado. Você pode falar, por favor, um pouco sobre essa tema predominante nos seus trabalhos mais recentes?
Durante anos eu tenho desenhado e pintado temas urbanos. É comum em quase todos os meus trabalhos a presença de prédios, carros, placas de sinalização e propaganda, fumaça e fogo e destruição em meio a janelas de prédios, muros e toda miscelânea de elementos de um centro urbano. Num dado momento, em alguma tira (não me lembro qual) brotou um ramo de folhas em algum canto do desenho, como esses matinhos que insistem em nascer no meio do asfalto. Me apaixonei por aquilo e me apropriei dessa ideia, deixando com que as plantas tomassem conta da minha produção num determinado período, especialmente nas telas que eu vinha pintando. Foi um processo legal de transmutação dos temas no meu trabalho e quando voce me convidou pra fazer a arte do cartaz, não tive dúvidas e a primeira coisa que me veio na cabeça foi: plantas!
Você fez um trabalho com o pessoal do ateliê Caderno Listrado no ano passado e eu também imprimi o cartaz do aniversário do ano passado com eles. Não foi muito difícil a nossa decisão de irmos com eles nessa nossa parceria. O que mais te interessa na impressão serigráfica? Qual você considera a maior contribuição desse tipo de impressão para o seu trabalho?
Acho que o mais importante numa serigrafia é que a coisa fique bonita, aliás, que fique algo INCRÍVEL! É muito trabalho envolvido, desde a concepção até a impressão pra que a coisa fique mais ou menos. Numa serigrafia, é comum se ter um número pequeno de cores, então pra mim a primeira coisa a se pensar é a paleta e a combinação perfeita (ou quase) dessas cores. E existe toda uma arte na coisa de se revelar uma tela, e depois na impressão um encaixe perfeito de cada uma delas. O Caderno Listrado faz tudo isso com uma maestria e paixão por todo o processo que nem passaria na minha cabeça em fazer uma impressão serigráfica se não com eles.
“Convido o observador a ‘perder um tempo’ procurando detalhes e absorvendo a mensagem depois de um tempo namorando o cartaz”

E você pode falar, por favor, um pouco sobre as cores que optou para o cartaz do blog? Nós escolhemos trabalhar com três cores, como você chegou nas três que acabou usando?
Na verdade são quatro cores, se contar com a cor do papel, que também faz parte da composição da arte. Eu tenho costume de trabalhar com paletas quentes, vermelho, laranja e amarelo. Gosto das referências: sangue, fogo, apavoro e fim do mundo. Porém, para a arte do Vitralizado eu queria algo mais sereno e menos agressivo. Aí eu optei por explorar um pouco uma coisa mais fria e “tranquila”: a ideia de uma garota apreciando um gibi, enquanto plantas florescem do livro, ao seu redor e das várias cabeças arrancados e que agora são vasos espalhados pela sala. Trabalhar com cores frias é sempre um desafio pra mim, parece que minha cabeça não funciona muito bem com essa gama de cores ( azul, verde, lilás, etc), então me toma muito mais tempo pensar em como resolver o desenho do que seria fazer algo no automático com vermelho e laranja. E geralmente, quando me aventuro nesses tons mais calmos acabo gostando muito do resultado, apesar de quase sempre ficar bem mais exausto mentalmente.
Na arte que fiz pro Vitralizado o vermelho ainda marca presença, mas está diluído numa massa turquesa e ambas se fundem aqui e acolá.
Já vi outros trabalhos seus para cartazes e pôsteres. Você gosta de projetos do tipo? O que você considera essencial em um bom cartaz? Como foi a experiência de desenvolver esse cartaz de aniversário do Vitralizado?
Acho que a principal função de um cartaz é comunicar, no sentido mais direto da coisa. Morro de inveja de quem consegue fazer um puta cartaz com poucas cores, a fonte certa e aquele desenho matador e enxuto pra que o observador capte tudo numa fração de segundo e PÁ!, a mágica está feita!
Meu desenho é poluído, tem sempre muita informação e eu desisti de tentar mudar isso nessa altura do campeonato! O traço e a linha preta não me dão trégua e sempre regem a composição. Então quando me solicitam algum cartaz, pra algum lançamento, evento ou shows por exemplo, eu pratico uma tal resiliência em não tentar chegar num resultado final perfeito ( pro que seria um cartaz ideal ), mas tento encontrar na bagunça dos meus traços um resultado estético bacana e que comunique, convidando o observador a “perder um tempo” procurando detalhes e absorvendo a mensagem depois de um tempo namorando o cartaz. A mágica também acontece, mas é preciso um trabalho maior de observação e leitura.
Chris Ware fala sobre empatia, tempo, música, quadrinhos e Rusty Brown
Entrevistei o quadrinista norte-americano Chris Ware sobre Rusty Brown, obra recém-lançada no Brasil pela editora Companhia das Letras em tradução de Caetano Galindo. Transformei essa conversa em matéria para o caderno Ilustrada do jornal Folha de S.Paulo. Foquei esse meu novo papo com o autor nas percepções dele sobre quadrinhos como uma “arte da memória”. Ele também me falou sobre sua busca constante por empatia, refletiu sobre os paralelos vistos por ele entre HQs e música e contou sobre suas práticas atuais de carpintaria e escultura.
Leiam Rusty Brown, definitivamente um dos quadrinhos mais importantes publicados no Brasil em 2021. Leiam a minha matéria para a Folha de S.Paulo e também a entrevista que fiz com ele em 2013 para a revista Galileu.
Me Indica Um Quadrinho: Berlim
Já registrei por aqui o tanto que gosto de Berlim, do quadrinista Jason Lutes, publicado em português pela editora Veneta, com tradução de Alexandre Boide. Coloquei a obra na primeira posição da minha lista do Prêmio Grampo 2021, entrevistei o autor do quadrinho e escrevi sobre a HQ lá na Sarjeta. Daí que o Pedro PJ Brandão, do podcast HQ Sem Roteiro, me convidou para falar um pouco sobre Berlim para a edição mais recente do quadro Me Indica Um Quadrinho. Acabei enfatizando ainda mais a minha paixão pelo trabalho do Jason Lutes e ressaltando a importância de sua leitura no Brasil do presente. Dá o play:
Vitralizado: 9 anos!
[[O quadrinista Galvão Bertazzi assina a arte de aniversário de nove anos do Vitralizado. A obra foi impressa em serigrafia pelo ateliê Caderno Listrado. Nos próximos dias publicarei uma entrevista com Bertazzi falando sobre a produção desse trabalho. Você confere as edições prévias das artes de aniversário do Vitralizado ao final do post]]
Vitralizado: 9 anos!
O Vitralizado completa hoje, 3 de outubro de 2021, nove anos de existência. Assim como no aniversário do ano passado, não vejo motivos para muitas comemorações. Estamos às vésperas de 600 mil mortes por conta da pandemia do novo coronavírus e seguimos presididos por um genocida fascista. O contexto me leva a autoquestionamentos constantes sobre as minhas motivações por aqui, fazendo jornalismo sobre histórias em quadrinhos.
Escrevi sobre minhas práticas profissionais na Sarjeta de agosto, expondo a minha crença na construção de uma perspectiva pessoal e na prática do jornalismo como prestação de serviço público. O blog é reflexo dessas convicções. Um trabalho voltado ao jornalismo e à insistência. Um projeto que, até o momento, não diz respeito a dinheiro, mas à convicção de estar chegando em alguém e gerando alguma troca sincera de ideias e conhecimentos.
O trabalho de Galvão Bertazzi na arte de aniversário de nove anos do blog retrata uma pessoa lendo enquanto a realidade floresce ao redor dela. Acredito no Vitralizado como um espaço de florescimento de ideias, o mesmo que espero de uma boa HQ. Agradeço suas visitas ao longo desses nove anos e prometo a continuidade dos trabalhos enquanto houver fôlego. Valeu!