Fiz a foto aí de cima do meu celular e por isso não dá pra ver todos os detalhes, mas é uma arte original do Charles M. Schulz (1922-2000) pra Peanuts datada de 15 de março de 1995. A obra é uma das poucas do acervo do The Cartoon Museum de Londres não assinada por um artista britânico. O espaço fica no número 35 da Little Russel Street, próximo ao British Museum e às estações Holborn e Tottenham Court Road do metrô. No momento, além do acervo do museu, também está em exposição uma série de trabalhos de artistas ingleses de diferentes épocas pertencentes aos colecionadores George e Pat Walker.
O museu não é muito grande, ocupa dois andares de um prédio pequeno. Na entrada há uma loja com com álbuns, quadrinhos, coletâneas, catálogos de exposições antigas, botons, chaveiros e postais. A oferta é bem legal, com vários livros teóricos relacionados às linguagens dos quadrinhos e outros sobre a história dos cartoons ingleses e mundiais. O bilhete pra passar da loja para as exposições custa 7£. Ocupando a maior parte do primeiro andar, há uma retrospectiva das origens dos cartoons britânicos. Depois vem o espaço dedicado às exibições rotativas. São muitos trabalhos antigos, relacionados a questões sociais, políticas e econômicas do Reino Unido ao longo de várias décadas, ilustrações publicadas em jornais e revistas que dependem bastante da placa de explicação que acompanha cada obra para fazerem sentido.
O segundo andar abriga alguns clássicos ingleses e trabalhos de autores de outros países. Um dos destaques do acervo é uma página com a arte original do Dave Lloyd para V de Vingança, trabalho dele com o Alan Moore. Assim como na tira de Peanuts, é possível ver algumas anotações e detalhes feitos pelos artistas que acabam não chegando às versões impressas. Do Brasil estão presentes duas páginas de uma história do Pato Donald e do Tio Patinhas de autoria do artista Moacir Rodrigues Soares, publicada em 1974.
Vale uma visita no museu pra quem estiver em Londres e gostar do assunto. Como cartoons fazem mais sentido em um determinado período da história, talvez a maior parte do acervo acabe sendo mais aproveitada por britânicos, mas todas as obras são muito bem contextualizadas. As artes originais também são um grande atrativo e fazem valer bastante o preço do ingresso. As exibições temporárias costumam durar pouco mais de um mês, a atual estará por lá até o final de fevereiro. No final do ano passado, o Ralph Steadman ganhou uma retrospectiva, com vários de seus trabalhos que ilustraram alguns dos textos do Hunter S. Thompson. Segundo os funcionários, a próxima mostra será anunciada em breve no site do museu.
Não sei se você tá ligado, mas tem um museu de HQ em Bruxelas que vale a pena ir, tem muita coisa do Hergé, Peyo, Franquin além do Crepax e outros italianos. Esse de Londres nunca fui, valeu pela dica!
Valeu pela dica vc tb, André!
Tô seguindo.