Nunca tinha lido Miracleman. Sempre soube da história, dos vários problemas pelo qual o título passou ao longo dos anos e do imenso culto que o personagem tinha aqui na Inglaterra. Quando a série começou a ser republicada pela Marvel conversei com vários especialistas em quadrinhos e na obra do Alan Moore pra escrever pro Estadão sobre a origem do herói e as questões judiciais envolvendo os detentores de seus direitos. O Rich Johsnton do Bleeding Cool me disse que a série era a melhor hq de super-heróis de todos os tempos. Tremenda afirmação se você levar em conta que ela foi escrita pelo mesmo autor de Watchmen. Minhas expectativas eram enormes quando cheguei aqui em Londres. O primeiro arco de histórias chegou ao fim e é realmente impressionante. Os quatro primeiros números da série mostram muito mais do que eu imaginava. Vários trechos que eu havia ouvido falar e achava que eram o clímax da saga já são mostrados nesse primeiro livro, A Dream of Flying.
Não vou soltar qualquer spoiler. Lembrando o que você provavelmente já sabe: Micky Moran é um jornalista que lembra dos seus poderes adormecidos ao longo de 26 anos. Ao dizer “kimota” ele vira Miracleman, um herói que ganhou seus vários poderes de uma criatura fantástica. O primeiro número trata dessa redescoberta da identidade secreta e das habilidades de Moran. No entanto, esse retorno também é notado por outras pessoas do passado obscuro de Miracleman. As edições seguintes mostram alguns desses inimigos e exploram o período que antecedeu o surgimento do protagonista e os seus anos de anonimato. Há ação como eu não esperava logo e, mesmo assim, apenas na quarta edição a história principal começa a ser apresentada.
A Marvel está caprichando nas edições mensais. O design está lindo e no final de cada revista há um extenso material extra com rascunhos de algumas páginas, entrevistas e capítulos prévios à chegada de Alan Moore ao título. É desde já um dos pontos altos de 2014. No painel dedicado à série que assisti na London Super Comic Con, ficou claro como os britânicos cultuam o quadrinho – e apenas se referem a ele como Marvelman – e estão atentos ao trabalho da Marvel e ao futuro reservado ao personagem. Ainda restam 12 edições roteirizadas pelo Moore, o Neil Gaiman passou a escrever a partir do número 17 e foi interrompido no 23. Há dois arcos inéditos de histórias do Gaiman a serem publicados. Os primeiros quatro números foram reunidos em um encadernado que será lanado até o final de maio. No Brasil, segundo a Panini, a ideia é lançar até o final de 2014.
miracleman é muito foda. pena essa história dessas reedições da marvel virem com uns retoques cobrindo uns nús, tipo de censura que eles costumam fazer – é real? tem um nú bem no primeiro capítulo, da mulher do moran, eles cobriram mesmo? se for, quero ver como eles vão fazer mais adiante, onde rola uma das cenas mais chocantes dos quadrinhos de heróis