Capitão Phillips

Escrevi pro Estadão sobre Capitão Phillips, novo do Paul Greengrass com o Tom Hanks.

CapitãoPhillips

Homens ao mar

Capitão Phillips coloca em choque realidades extremas. Um pai de família de cerca de 50 anos, comandante americano do navio MV Maersk Alabama, é sequestrado por um jovem pescador e pirata somali. O embate se repete na escolha dos intérpretes: Tom Hanks, vencedor de dois Oscar e indicado a outros três, faz o personagem-título; o antagonista é vivido por Barkhad Abdi, um ex-motorista somali radicado nos Estados Unidos, que faz aqui sua estreia como ator.

Sob direção do cineasta inglês Paul Greengrass, o duplo confronto ganha contornos épicos. Lembrado pelo tom documental que imprime a filmes de ficção, Greengrass foi uma escolha precisa para adaptar o livro ‘A Captain’s Duty’, no qual o verdadeiro capitão Richard Philips narra os instantes de terror quando foi feito refém de piratas somali em abril de 2009.

Assim como em ‘A Supremacia Bourne’ (2004), ‘Voo United 93’ (2006) e ‘O Ultimato Bourne’ (2007), o diretor investiu em cenas de ação precisas, sem efeitos especiais ou excesso de edição. Por isso, ‘Capitão’ chega ao Brasil já apontado como candidato a várias premiações de 2014 – e não só as técnicas.

Apesar de novato, Abdi não fica à sombra do veterano Hanks. Aos 28 anos, o ator encarna com louvor as várias contradições e nuances de seu difícil personagem. Da mesma forma, Hanks adiciona ao currículo um personagem incomum. De poucas palavras, passos firmes e sangue-frio, seu capitão Philips é apenas um sujeito qualquer, preso em uma situação extraordinária. Seu estado no desfecho do filme é, sem dúvida, um dos pontos altos da carreira recente de Hanks.

Ao lado de ‘Gravidade’ (que segue em cartaz), ‘Capitão Phillips’ é um dos longas mais aflitivos de 2013. Apesar de o desfecho da história ser conhecido, a produção reúne sequências extremamente tensas. Uma delas é a busca dos piratas pela tripulação do MV Maersk Alabama enquanto o capitão é mantido refém. Outra, a dos esforços da marinha americana durante o resgate, exige fôlego.

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Ramon Vitral

Meu nome é Ramon Vitral, sou jornalista e nasci em Juiz de Fora (MG). Edito o Vitralizado desde 2012 e sou autor do livro Vitralizado - HQs e o Mundo, publicado pela editora MMarte.

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