Escrevi sobre O Lado Bom da Vida pro Divirta-se.
Pat é um professor com transtorno bipolar que volta para a casa dos pais após oito meses internado em um sanatório – pena por ter espancado o amante de sua mulher. Tiffany é uma jovem viúva, que foi demitida depois de transar com todos os seus colegas de escritório. Apresentados por amigos em comum, a dupla inicia uma amizade movida por interesses: ela precisa de um parceiro para um concurso de dança e ele de alguém que possa reaproximá-lo de sua mulher.
O melhor de O Lado Bom da Vida está centrado na dinâmica da relação entre os protagonistas, interpretados por Bradley Cooper e Jennifer Lawrence. Intercalando a mesma intensidade de humor e drama, o filme dirigido por David O. Russel também explora com maestria o relacionamento entre personagens principais e coadjuvantes – com destaque para os pais de Pat, representados por Robert De Niro (seu melhor papel em anos) e Jacki Weaver.
Adaptação do livro ‘Silver Linings Playbook’, de 2008, e ainda inédito no Brasil, a produção teve reconhecida a qualidade de seu texto e elenco ao longo da temporada de prêmios americana. Lawrence venceu o Globo de Ouro e o SAG de melhor atriz em comédia. Ao Oscar, tem oito indicações: melhor filme e roteiro adaptado, atriz e ator para Lawrence e Cooper e De Niro e Weaver como coadjuvantes. Também disputa melhor edição e direção.
Assim como fez em ‘O Vencedor’ (2010), David O. Russel filmou grande parte de seu novo longa com a câmera na mão. A falta de estabilidade das imagens acentua o realismo do filme – já elevado pelas longas e emocionantes cenas de diálogo entre a depressiva Tiffany e o incontrolável Pat. Aliás, são hilárias as epifanias do personagem de Cooper sobre literatura.
E apesar do foco nos dilemas dos protagonistas, ‘O Lado Bom da Vida’ é impiedoso com todos os personagens: suas neuras, instabilidades e vícios são expostos sem julgamento, apenas como os muitos aspectos de personalidades absolutamente reais.