Também escrevi pro Divirta-se um pequeno texto sobre Os Miseráveis.
É provável que minha opinião definitiva sobre um filme se forme apenas quando o assisto deitado em um sofá laranja, na minha casa em Juiz de Fora (MG). Acredito que ‘Os Miseráveis’ não sobreviverá ao ‘crivo do sofá’: acho que durmo antes de meia hora de história, como costuma acontecer com musicais.
No cinema, a história é outra e o diretor Tom Hooper deve ser louvado: fez um filme, respeitando os mais diversos aspectos da linguagem, a partir de uma estrutura criada especificamente para os palcos. A adaptação amplia a magnitude já épica do texto original de Victor Hugo.
Hugh Jackman, Anne Hathaway, Russel Crowe e Sacha Baron Cohen compõem um elenco de passionalidade aflorada, capaz de manter o espectador focado na tela ao longo das duas horas e trinta e oito minutos da produção.
Os principais méritos de ‘Os Miseráveis’ estão relacionados às suas proporções grandiosas. Os cenários, as canções, os dramas e os personagens têm sempre tons espetaculares. É tudo extremamente coerente com as medidas amplas de uma tela de cinema.
Só o tempo irá dizer se o impacto desta produção terá a mesma força quando for transposto para telas menores. Penso na perspectiva horizontal e pouco piedosa do sofá laranja – e acredito que não.