Premiada em 2022 com o Grand Prix de la ville d’Angoulême, reconhecimento pelo conjunto da obra do tradicional Festival International de la Bande Dessinée d’Angoulême, a quadrinista Julie Doucet (Meu Diário de Nova York) assina um dos três cartazes da edição de 2023 do evento francês. Os outros dois cartazes são de autoria de Riad Sattouf (O Árabe do Futuro) e Hajime Isayama (Ataque dos Titãs). A 50ª edição do Festival de Angoulême está marcada para ocorrer entre os dias 26 e 29 de janeiro do próximo ano.
Aproveito a deixa para lembrar da minha matéria exclusiva aqui para o blog sobre Meu Diário de Nova York – publicado pela editora Veneta e uma das minhas leituras preferidas de 2022. Também compartilhei por aqui a íntegra da minha entrevista com a autora. Você pode conferir nos arquivos do blog outros cartazes de edições prévias para o Festival de Angoulême – com artes de Chris Ware, Taiyo Matsumoto, Charles Burns, Fanny Michaëlis, Katsuhiro Otomo, Bill Waterson e outros.
Vale lembrar que o Festival Internacional de Quadrinhos de Angouléme 2023, nem bem começou, e já deu rolo… No final do mês de dezembro de 2022, a direção do festival anunciou, em seu perfil oficial no Twitter, que uma das atrações, o quadrinista francês Bastién Vivés, que teria uma exposição com uma retrospectiva de sua obra, foi desconvidado e sua exposição suspensa. Segundo rumores, a direção do festival, teria recebido diversas ameaças pelas redes socias e e-mail, desde à integridade física do supracitado autor, até o risco de um atentado à exposição. O motivo da confusão, seriam algumas obras, do autor, tais como Le Pétit Paul (O Pequeno Paul) e Le Décharge Mental(A Descarga Mental), que faz humor em cima de temas pesados e polêmicos, como pedofilia e incesto. Diante da decisão da organização do festival, começaram os debates acalorados nas redes sociais; alguns internautas reclamaram de “atentado à liberdade de expressão”, e ameaçam boicotar o festival; por outro lado, houve aqueles que comemoraram a decisão, e ainda se questionaram por que, até agora, Bastien Vivés não foi preso. A título de relato , algumas obras de Bastién Vivés foram publicadas no Brasil. Vale citar que estas obras não possuem temas polêmicos, e podem ser lidas sem problemas. essas obras foram “Uma Irmã” e “Polina”, que foram publicadas pela editora Nemo; “O Gosto Do Cloro”, pela editora Leya; e “A Grande Odalisca”(Vols. 1 e 2), pela editora Comix Zone.