Dia 22 de setembro estreia nos Estados Unidos a série Gotham, ambientada na cidade do Batman antes de Bruce Wayne assumir a máscara e a capa do Homem-Morcego. No Brasil vai passar na Warner, a partir do dia 29 de setembro, às 22h30. Os trailers não entregam muito, gostei de algumas coisas e de outras nem tanto, mas o saldo foi positivo. O crédito do programa pra mim está todo no fato dela ser parcialmente inspirada em uma das melhores séries já publicadas pela DC. Lançada entre 2003 e 2006, Gotham Central teve suas 32 edições protagonizadas pelos funcionários do Departamento de Polícia de Gotham City. Batman e Bruce Wayne eram coadjuvantes e deram as caras pouquíssimas vezes. Os roteiros eram assinados por Ed Brubaker e Greg Rucka e a arte por Michal Lark, as vezes substituído por outros ilustradores do mesmo nível.
Durante anos rolaram boatos sobre uma adaptação de série para a televisão. No final das contas nem foi a Warner, dona da DC, que produziu o show, mas a Fox, que comprou os direitos dos personagens exclusivamente para esse adaptação – o pessoal do Bleeding Cool explica melhor esse acordo. Gotham vai ser focada na chegada do jovem policial James Gordon à cidade em seguida ao assassinato de Martha e Thomas Wayne. Pelos vídeos de divulgação, me lembrou bastante as primeiras missões de Gordon em Batman: Ano Um, do Frank Miller e do David Mazzucchelli – talvez a melhor história do herói. Gostei de ver a presença de algumas versões mais novas de futuros grandes vilões, como Pinguim e Charada. Um boato sobre a produção também me animou bastante: como a identidade do Coringa é um mistério, talvez brinquem com a origem do personagem, apresentando vários possíveis alter-egos para ele.
Gotham Central foi lançada no Brasil pela Panini como Gotham City Contra o Crime, em seis encadernados do título DC Especial. Apesar da referência no título ao seriado Nova York Contra o Crime, o gibi sempre me lembrou mais Law & Order: Special Victims Unit. Era um monte de policial sem qualquer poder enfrentando vilões como Coringa, Duas Caras e Pinguim enquanto o Batman estava ocupado. O primeiro número mostrava a morte de um policial após um confronto com Mr Freeze e o abalo da morte dentro da equipe e o esforço para contar para a família da vítima. Os arcos tratavam de crimes maiores, mas cada edição costumava focar em um funcionário do departamento de polícia da cidade.
No final os dois melhores e mais carismáticos personagens eram os policiais Crispus Allen e Rene Montoya. Tanto que ambos ganharam sobrevida no Universo DC após o término da série, Allen virou o Espectro e Montoya a nova Questão. A qualidade da revista também influenciou a trilogia Cavaleiro das Trevas do Christopher Nolan. Alguns desses personagens acabaram dando as caras por lá, como a própria Montoya. Segundo o Hollywood Reporter, Gotham foi votada a série mais promissora do ano pela Associação dos Críticos de Televisão dos Estados Unidos. Tem meu voto de confiança pelo material no qual foi inspirado. Também acho que você daria o seu voto caso lesse. Há várias republicações recentes do material em inglês, mas já vi bastante em sebo por aí as edições em português da Panini. Corre atrás, cara.