Após três anos escrevendo crítica de cinema, larguei o emprego e fui viver como freelancer, escrevendo sobre o que desse na telha. A melhor coisa dessa mudança de ares foi poder voltar ir ao cinema à paisana. Não me entenda mal: acho um tremendo privilégio trabalhar vendo filmes e escrevendo sobre eles. Ainda assim, a experiência é completamente diferente. Fico imensamente feliz de não ter precisado escrever sobre Boyhood a trabalho. A experiência criada por Richard Linklater é de pura contemplação e eu não conseguiria expressar sobre o filme muito mais além de clichês óbvios como “espetáculo visual” e outras coisas do tipo.
Também assisti outras coisas sensacionais em 2014, como Her, 12 Anos de Escravidão, Interstellar, Garota Exemplar, Frank, Locke, Capitão América 2, Guardiões da Galáxia, Under The Skin e Grad Budapest Hotel. Filmes memoráveis em um ano que vai deixar saudade, sendo que deixei passar um monte de coisa que tenho certeza que vou gostar. O negócio é que Boyhood vai além. É outra pegada, uma forma de fazer cinema que soa óbvia mas ninguém tinha feito antes. Pra mim, o melhor do ano e um dos preferidos na vida – e ainda melhor depois de ler isso aqui. Cinema em 2014 pra mim foi Boyhood.
PS: a imagem aí de cima, com uma das falas de Mason em Boyhood, é uma foto minha da última página da Little White Lies dedicada ao filme.
Vi o filme e concordo plenamente com você! Excelente!!!