Terapia de Risco

Escrevi pro Divirta-se de hoje (17/5) sobre o suposto último filme de Steven Soderbergh feito para os cinemas.

Terapia de Risco, novo filme de Steven Soderbergh, começa como um drama familiar: a jovem e frágil Emily Taylor (Rooney Mara) recebe o marido Martin (Channing Tatum) em casa, após uma temporada na prisão. As fraudes financeiras cometidas por ele e o período atrás das grades deram fim à vida de luxo do casal. Assombrada pelo novo estilo de vida, a mulher procura um psiquiatra que possa ajudá-la a controlar seus surtos suicidas.

Iniciado o tratamento, o longa passa a ser um conturbado thriller policial: um crime inesperado envolve o casal, os dois médicos responsáveis pela saúde de Emily e o laboratório produtor do remédio que lhe foi receitado. Autor do texto de ‘Contágio’ (2011), também dirigido por Soderbergh, o roteirista Scott Z. Burns volta a tratar a indústria farmacêutica como possível vilã em ‘Terapia de Risco’.

Acredite: quanto menos informações você tiver sobre o enredo, melhor. As muitas camadas e nuances dos personagens impedem qualquer julgamento precoce de suas ações ou posturas. Interpretando os médicos de Emily, Jude Law e Catherine Zeta-Jones completam o dúbio e imprevisível quarteto de protagonistas, em atuações coerentes com a singularidade do filme.

Capaz de tocar produções tão diferentes quanto ‘Magic Mike’ (2012) e a cinebiografia de Che Guevara, Soderbergh mostra-se mais uma vez um grande narrador. O mérito do longa está na condução da história: a administração das informações disponíveis e o trabalho dos atores são seus diferenciais. Em termos técnicos, é convencional.

Lançado em fevereiro nos Estados Unidos, ‘Terapia de Risco’ foi anunciado por Soderbergh como seu último trabalho para o cinema. Na época, em entrevistas, ele disse estar “frustrado com a tirania da narrativa”. Seu próximo longa, ‘Behind the Candelabra’, uma biografia do músico Liberace, foi produzido diretamente para a TV. Se ‘Terapia de Risco’ realmente foi o último Soderbergh para as telonas, só resta lamentar – e comprar o ingresso.


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