[[O quadrinista e ilustrador Gustavo Magalhães assina a arte de aniversário de 11 anos do Vitralizado. Nos próximos dias publicarei uma entrevista com autor sobre a produção desse trabalho e os bastidores da série No Meio Fio – publicada na newsletter Antes Que Eu Me Arrependa (e que recomendo a assinatura imediata). Você confere as edições prévias das artes de aniversário do Vitralizado ao final do post]]
Vitralizado: 11 anos!
O Vitralizado completa hoje, dia 3 de outubro de 2023, 11 anos no ar. Nunca imaginei ir tão longe e acho improvável que dure mais 11 anos. Não planejo parar com o blog em um futuro próximo, mas nunca falei tanto sobre o fim das minhas atividades por aqui. As várias conversas e entrevistas que tive sobre o meu livro, Vitralizado – HQs e o Mundo (MMarte), me ajudaram a compreender que publicá-lo foi também um esforço para ter um registro físico do blog para o dia em que sua versão virtual não existir mais. Óbvio, papel também desaparece, mas, sei lá, gosto de pensar na sobrevida física e nos possíveis encontros e desdobramentos inesperados que uma edição impressa possa gerar.
Sigo celebrando os aniversários do blog porque o Vitralizado segue sendo um trem quixotesco-anacrônico-meio estranho que dá um trabalho imenso e que a cada ano novo no ar me dá fôlego para um pouquinho mais. E assim vamos. Sempre no nicho do nicho do nicho do “jornalismo especializado em histórias em quadrinhos sob o filtro de Ramon Vitral” – filtro, aliás, cada vez mais abstrato para mim.
No 11º ano de existência do Vitralizado: fui jurado do Prêmio Jabuti, realizei mais uma edição do Prêmio Grampo (com os colegas do Balbúrdia), fui convidado da Bienal de Quadrinhos de Curitiba, escrevi sobre um monte de gibi massa, publiquei um livro, lancei um livro (em Juiz de Fora, São Paulo e Curitiba), falei um monte sobre o meu livro por aí (no Omelete, no Telefonemas, no Lasercast, na Tribuna de Minas, no Plural e no SobreTUDO), ganhei um cartaz novo do Jairo Rodrigues, fiz uma camisa do blog, gravei um episódio do Rádio Novelo Apresenta, escrevi para a Folha de S.Paulo e a revista Monet e entrevistei um monte de gente foda – Alan Moore, Alison Bechdel, Allan Sieber, Dandara Palankof, Glenn Head, Grazi Fonseca, Marcelo D’Salete, Maria Clara Carneiro, Mitie Taketani, Pablito Aguiar, Paul Kirchner, Rafael Sica e Sergio Cohn. Tremendo ano 11.
E putz… Tem um negócio que eu escrevi recentemente, envolvendo um dos meus quadrinistas preferidos que tô me coçando para contar, mas vai ficar para a conta do ano 12.
São tempos agitados e corridos, como o ritmo frenético da arte do Gustavo Magalhães nesse cartaz de 11 anos. Depois das ilustrações mais introspectivas da Deborah Salles (8 anos), do Galvão Bertazzi (9 anos) e da Grazi Fonseca (10 anos) nos três anos da pandemia, vejo certa poesia na “saída de casa” retratada na arte do 11º aniversário. Tem bagunça, alegria e criança. Mais ou menos como anda a vida por aqui.
Volto a agradecer suas visitas ao longo desses 11 anos e, mais uma vez, prometo a continuidade do blog, enquanto houver fôlego. Valeu!