Vitralizado – HQs e o Mundo é uma coletânea de reportagens e entrevistas reunindo o que produzi de melhor ao longo dos 10 anos do blog. A obra será publicada pela editora MMarte – com capa de Fabio Zimbres, prefácio de Érico Assis, posfácio de Maria Clara e textos de orelha de Rogério de Campos e Douglas Utescher. Você compra o seu exemplar cliando aqui.
Compartilho agora a segunda parte de uma troca de emails entre eu e o editor do livro, Márcio Paixão Jr. Nossos papos têm girado em torno da linha editorial do blog, da edição de Vitralizado – HQs e o Mundo e das expectativas de nós dois em torno do lançamento da obra. Após uma primeira pergunta minha para o Márcio, vem a pergunta dele para mim. Ó:
Márcio Paixão Jr.: Em que momento você percebeu que era possível ter um diálogo direto com os maiores quadrinistas do mundo?
Ramon Vitral: Não tenho certeza se houve um momento específico. Nunca me pareceu impossível ter esse diálogo. Desde a faculdade sempre acreditei bastante em mandar emails e telefonar. Sempre na aposta do “vai que rola?”. Aí acabou acontecendo. É claro, várias dessas tentativas de entrevistas acabaram não emplacando, mas acredito que a maior parte delas virou. Não tem muito segredo, eu mando um alô, digo que é para uma entrevista e acontece – ou não. A maioria dos meus entrevistados, das minhas fontes, é de artistas, pessoas que querem divulgar seus trabalhos e expor suas crenças e opiniões para o mundo, então não é muito difícil conseguir essas entrevistas. Acho que o mais difícil mesmo é conseguir algo original, uma fala sincera, desses artistas. Nem todo mundo se dispõe a uma troca real de experiências. E tudo bem. Aliás, ninguém é obrigado a dar entrevista, eu inclusive prefiro que pessoas não gostam de ser entrevistadas não deem entrevistas. Entrevista também é conversa, não faz sentido se predispor a ser entrevistado se você não quer conversar.
Eu também me impressiono com “o time que reuni”, como você disse. Lá em 2013, quando entrevistei o Chris Ware pela primeira vez, lembro que pensei, “pronto, se parar hoje tá bom demais, já entrevistei a Laerte e o Chris Ware, não preciso de muitos mais gênios no meu currículo”. Aí que segui e veio mais gente extraordinária. Mas mais do que esses GRANDE NOMES, fico ainda mais feliz com as trocas sinceras que tive ao longo desses anos. Acho que consegui tirar de muitas pessoas respostas honestas em relação às visões delas do mundo e as motivações e inspirações por trás de seus trabalhos. Talvez essas sejam as minhas grandes motivações.
O papo continua nos próximos dias!
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