Felipe Nunes lança a versão em cores de Dodô no sábado (25/5): “Senti que era a hora de me arriscar”

O Felipe Nunes lança a edição colorida de Dodô no sábado (27/5), a partir das 15h, na loja da Ugra aqui em São Paulo. Já havia conversado com o quadrinista logo que a versão independente em preto e branco foi publicada e chamado atenção para a evolução do trabalho do autor em relação a seu título prévio, o também ótimo Klaus. Agora em cores e com os selos da Panini e do Stout Club, o álbum ganha leituras ainda mais interessantes, tornando a narrativa da HQ ainda mais fluida. Bati um papo rápido com Nunes sobre esse processo de colorização e as principais transformações da HQ nessa versão colorida. Você confere as instruções pro evento por aqui e lê o meu papo com o artista a seguir. Ó:

Como surge a ideia de colorir Dodô?

Colorir o quadrinho veio de uma necessidade e de uma vontade. Quando comecei a conversar sobre publicar no exterior, editoras haviam demonstrado interesse com a condição de que tivesse cores. Relendo a história não vi como um problema para o que tinha feito, pelo contrário, e tendo a oportunidade de sair de novo pela Panini senti que era a hora de me arriscar.

Ver o seu traço colorido em O Segredo da Floresta abriu de alguma forma os seus horizontes em relação ao uso das cores? 

Acredito que sim. Não tinha visto meu desenho trabalhar como quadrinho (com narrativa, clima) até então e foi bem importante até pra julgar o que achei que funcionava ou não e poderia me inspirar pro meu trabalho. Fazer a cor me ajudou a abrir muitas portas na cabeça pela dificuldade de tentar desenvolver uma execução que não sabia, quase que assimilando novas regras na linguagem dos quadrinhos.

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Pelo Facebook você disse que as cores agora ditam o ritmo da trama e permitem outra experiência. Você pode falar um pouco mais sobre isso, por favor? O que muda na leitura e como as cores afetam o ritmo?

Conversando sobre isso alguns dias atrás cheguei nessa conclusão: acho que o Dodô colorido permite uma imersão melhor na realidade da história, de um ponto de vista mais sensitivo. Acho que ter as cores pra induzir o tom das cenas melhorou o envolvimento que dá pro leitor desenvolver com o problema da protagonista e acho que deu certo, como se eu tivesse pensado isso tudo junto, no começo do projeto. Foi bom reler e entender de novo o que pensei e o que não tinha percebido na trama e poderia ser explorado.

Quais as principais lições que você tirou desse processo de colorização? Você pretende fazer mais uso de cores nos seus próximos projetos?

Acho que foi toda essa percepção do que ela pode ajudar na história. Talvez agora, pra determinados projetos, eu pense na cor junto com o desenho, talvez deixando o traço mais claro, com menos preto. Ainda não tenho certeza do quanto isso vai mudar meu processo e estou desenhando meu gibi novo, que é em PB, então isso vai ser pensado lá na frente.

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Ramon Vitral

Meu nome é Ramon Vitral, sou jornalista e nasci em Juiz de Fora (MG). Edito o Vitralizado desde 2012 e sou autor do livro Vitralizado - HQs e o Mundo, publicado pela editora MMarte.

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