É explícita a evolução dos trabalhos de Diego Sanchez. O recém-lançado Hermínia (Mino, R$44) é um dos pontos mais altos de uma carreira recente, com apenas três obras impressas. O potencial do autor está explícito em Perpetuum Móbile (2013) e em Pigmaleão (2014). No entanto, em seu terceiro título ele explora de forma plena certas possibilidades da narrativa sequencial. Mesmo com um traço sempre soberbo e dos enredos instigantes, seus dois primeiros gibis nunca primaram pela clareza. O tom onírico dos quadrinhos, sobre relacionamentos e questionamentos existenciais, contribui para dificultar a compreensão da trama. Algumas investidas constantes em designs peculiares de quadros e páginas acabavam por travar a leitura. Em Hermínia, Sanchez é mais convencional do que em seus trabalhos prévios, mas continua inventivo, e está mais eficaz e fascinante do que nunca.
As proporções do álbum, com 88 páginas e em tamanho muito maior do que os dois livros anteriores, ressaltam as principais qualidades do artista. Os desenhos são impactantes. Sobre um casal em fuga após a cidade em que eles habitam ser invadida por uma névoa misteriosa, Hermínia tem páginas memoráveis, como as cinco que retratam os finalmentes da escapada dos amantes.
Três Anos, Oito Meses e Vinte Dias e Netscape, publicados por Sanchez na Nébula, são trabalhos notáveis. Já Hermínia é o ápice do universo iniciado em Perpetuum Móbile. Apesar de mais uma vez limitar uma personalidade complexa e profunda a um único personagem, seu protagonista masculino, e pouco explorar a presença e a individualidade da coadjuvante feminina, o amadurecimento da narrativa de Sanchez é inquestionável. Hermínia é imperdível por ser mais uma evidência da qualidade de um artista ainda em crescimento e cada vez mais interessante.
Conversei com Sanchez por email. Ele me falou sobre as inspirações para o livro novo, os métodos e aprendizados em cada título publicado, suas limitações em relação à criação de uma personalidade feminina complexa e seus planos para projetos futuros. Saca só:
Na primeira vez que conversamos você me falou que costuma criar seus quadrinhos como se fizesse música. Me explica isso, por favor?
Acho que porque eu sempre desenhei, mas antes de pensar em fazer quadrinhos eu era mais ligado com música, eu estudei por um tempo e toquei baixo por uns bons anos, ainda é uma das minhas grandes paixões, sei lá… Acho que quando eu falo isso, de pensar como musica, é bem amplo. Tem a ver com ver como uma curva da dinâmica de tensão e relaxamento, pensar como um movimento de repetição de algumas estruturas, resignificando as estruturas conforme elas ressurgem. Eu gosto também de algo que eu vejo em música que é a possibilidade de criar essas frasezinhas, esses riffs, ou só uma pequena alteração vocal ou uma pausa inesperada, que é o ponto que justifica a música, saca? Não exatamente justifica, claro que a música é a imagem completa, o conjunto de toda a estrutura, mas, sabe, tem esses momentos que eu meio que olho e penso “caralho, esse é o grande brilho da música e não o refrão onde tudo cresce, não os momentos mais cataclísmicos”, saca? Eu realmente vejo como uma cosia bem parecida em vários âmbitos, sei lá, aushduah Acho que essa opinião é algo que que conseguiria desenvolver melhor numa conversa do que assim, do vazio.
Li o Hermínia já tendo lido o Perpetuum Mobile e o Pigmaleão. O livro novo funciona muito bem sozinho, mas os três parecem compor um mesmo enredo ou fazer parte de uma mesma linha de raciocínio. Você sempre teve essa ‘trilogia’ em mente ou acabou acontecendo?
Pô, que bom que funcionou ahahah Conforme escrevia o Perpetuum pensei nesses, sei lá, cinco livros que comporiam um mesmo universo. É bem intencional sim, mas aconteceram muitas mudanças do que eu planejava que seriam os livros ao longo do processo de produção. Fiquei seriamente dividido entre realmente fazer o que eu queria fazer do Hermínia ou tentar algo novo. Mas, sei lá, no final eu preferi respeitar o meu processo, o Hermínia pra mim foi meio que um ponto de amadurecimento de uma determinada pesquisa que que buscava nos quadrinhos. Foi meio que a vontade de fazer com mais consciência algumas coisas que eu esbocei no Perpetuum Mobile e no Pigmaleão.
Uma caraterística dos seus quadrinhos tá na disposição pouco usual dos quadros, que acabam até desaparecendo ou tomando algumas formas diferentes. Fiquei com a impressão do Hermínia ser mais convencional em termos de design, mas mais eficaz em termos de experimentações como essas. Como você construiu as páginas do Hermínia e determinou esses formatos? Você desenha a partir de um roteiro já fechado?
Concordo com você completamente. O Herminia é bem mais contido que o Perpetuum. Por exemplo, no Perpetuum eu criava a diagramação para cada página individualmente, sem pensar no contexto dentro do livro, dentro de um grid, dentro de uma sequência muito grande de páginas. Era bem mais intuitivo. Ao longo do Pigmaleão e, depois, do Hermínia eu fui buscando me educar na potencialidade e na coesão dessas experiências de diagramação. Depende muito de história para história, ainda tô aprendendo o melhor processo… Dessa vez comecei desenhando a partir de um argumento e aí fui desenvolvendo as falas, fiz um rafe bem tosco dos thumbnails e depois, dependendo da sequência, desenvolvia melhor ou ia direto na página. É uma coisa bem confusa cheia de idas e vindas, mas no começo de tudo mesmo eu só penso num desenho bem geral da história, que fica bem aberto a mudanças.
A história do Hermínia me pareceu mais linear que a do Perpetum Mobile, mas mesmo assim ela pede umas idas e vindas na história. Quão aberta ou fechada você acha que ela está pro leitor?
Acho que que em termos do que acontece “fisicamente”,em termos de sucessão de fatos, ela é menos aberta a interpretação. Por outro lado, acho que quem são esses personagens, ou sobre o que ou quem é essa história, é algo bem mais subjetivo. Eu cortei dezenas de frases e diálogos na Herminia, enquanto na Perpetuum toda sensação acaba verbalizada. O que acontece fora é mais explicito, mas o que acontece dentro dos personagens, o que eles não verbalizam, fica a cargo do leitor.
E uma coisa comum no Pigmaleão, no Perpetum e no Hermínia é a relação do protagonista com as mulheres. Você conhece aquele termo “Manic Pixie Dream Girl”? Só pra explicar pro leitor: ele foi criado por um crítico de cinema que questiona a existência de algumas personagens femininas com pouca personalidade e com existência voltada unicamente pra salvação de um jovem do sexo masculino, muito mais complexo e problemático. Mesmo que o Hermínia chame Hermínia, acho que ela tá lá muito mais pra dar um rumo pra jornada do Arcádio. Eu tendo a interpretar suas personagens femininas dentro desse conceito. Faz sentido pra você? Você já recebeu alguma crítica em relação à forma como retrata as mulheres nos seus quadrinhos?
Acho que acaba sendo uma figura recorrente nas minhas histórias sim. No Perpetuum eu acho que deixo bem claro essa busca por salvação nessa personagem feminina, que inclusive se chama Amparo. É uma garota que ele conhece, é alguém em quem ele joga todas as frustrações, pra ele conseguir a redenção. E é, de certa forma, a personificação de toda a idealização de uma pessoa que a gente acaba de conhecer. Por outro lado, a Dolores é a personificação da dor de se relacionar num nível íntimo, de você entender a pessoa com quem você se relaciona como uma pessoa com falhas como as suas, com particularidades que não estão ali em função dos seus sonhos. Bem, essa era a intenção ahauhauhasuasuha (Na época) Era a primeira vez que eu realmente morava com alguém, apesar de ter tido alguns relacionamentos sérios, e foi a minha forma de trabalhar essa questão. Acho que tem beleza nas duas, mas no final gosto mais da Dolores.
No Pigmaleão, sem dúvida, é bem bem isso. Ela é uma figura no sonho, se você perceber, ela não tem um nome, ela não é a representação narrativa de uma pessoa e sim de uma memória. Sabe quando você sonha com uma pessoa e essa pessoa não é exatamente essa pessoa no sonho, tipo, “caralho sonhei com você, mas você não era exatamente você” ou ” caralho sonhei com a minha casa, mas ela era totalmente diferente”. O título reforça isso, a personagem ali é uma criação da mente do cara, ela não é a mulher real que ele conheceu, por mais que ela seja, a principio, uma representação dela. Ela é mais uma representação da memória, da ilusão, da pessoa que você constrói quando se lembra de alguém do passado. Nesse sentido, ela é como uma versão retroativa da Amparo, mas enquanto a Amparo é uma garota real, na qual o personagem joga as idealizações em cima, a personagem do Pigmaleão é a própria idealização.
Na Hermínia eu acho que acaba não sendo o caso. O nome vem justamente de uma “Manic Pixie Dream Girl”, que é a Hermínia do Lobo da Estepe.
Quando eu comecei a escrever ela, essa era justamente a minha impressão dela, ela era uma personagem meio rasa, talvez sem muitos conflitos internos e com essa energia mais externa, enquanto o Arcádio era um personagem indeciso e hesitante, por conta de um mundo interno rico e borbulhante, sei lá. E com o tempo eu percebi que isso é uma mentira do cacete que eu tava contado para mim…Os dois personagens tem um mundo interno complexo e estão lidando com uma realidade externa igualmente complexa. O que eu sinto sobre os personagens, e essa é só a minha visão claro, não o que necessariamente eu consegui passar, é que o Arcádio é extremamente interessado nele mesmo, nos pensamentos e sentimentos e memórias dele e talvez trabalhe melhor com isso muito melhor. A Hermínia consegue compreender o Arcádio e o mundo muito melhor do que ela consegue compreender ou aceitar os próprios desejos. Nesse sentido, eu acho que talvez os dois sejam personagens que acabam se ajudando. A extroversão da Hermínia não é a resposta de um mundo interior vazio, mas de um mundo interior que a assusta, e a introversão do Arcádio é meio que o o mesmo. Isso tem muito a ver com mulheres com quem eu me relacionei, eu acho, eu era um moleque bem arrogante, que me achava muito mais profundo que as mulheres extrovertidas com quem eu costumei me relacionar… Com o tempo eu fui conhecendo essas pessoas a fundo e, sei lá, às vezes você exterioriza coisas banais em excesso porque é difícil demais lidar com as coisas que você tem dentro, ou porque você acha que ninguém de fora vai te levar a sério, porque você tem medo do que as pessoas vão achar de quem você realmente é. O extremamente extrovertido e o extremamente introvertido eu vejo como dois lados da mesma moeda.
Então, sobre o que você disse do título, a intenção é gerar mesmo essa curiosidade, no fim das contas talvez a parte objetiva da história dê um foco grande no Arcádio e a ideia é justamente o título criar essa pergunta de sobre quem é essa história.
A primeira edição do Perpetuum Mobile você lançou via Catarse – e depois relançou pela Mino -, o Pigmaleão saiu pelo Circuito Ambrosia e agora você tá lançando o Hermínia pela Mino. Foi muito diferente a dinâmica de produção de cada título em função da forma como ele foi lançado?
Sim, sim, extremamente diferente. A Perpetuum foi meio que feita de uma maneira extremamente desorganizada, sem saber onde eu queria chegar, foi um tiro no escuro e eu fui editando, cortando, colando, mas acho que as duas únicas pessoas que opinaram foram meus amigos Felipe Portugal e Lucas Maciel e a minha namorada da época, Maria. Mas de maneira geral eu sentia que tinha que dizer tudo, colocar todas as ideias, colocar o máximo possível de tudo que me viesse para justificar que alguém comprasse um livro só meu. Foi um grande vômito de 23 anos de diversas coisas que eu queria escrever, foi uma primeira sessão de terapia… Com o perdão do trocadilho, foi uma experiência de catarse no fim das contas.
As pessoas compraram sem saber o que era, então queria mesmo dar o máximo de experiências e temas dentro da história.
A Pigmaleão eu escrevi sem ninguém saber dela no final de 2013 e demorei quase um ano para publicar. Nesse tempo eu meditei bastante sobre a história, fiz um bocado de edições, mostrei pra algumas pessoas que eu confiava bastante, mas eu já tinha mais certeza do que eu queria falar, eu não estava mais atirando para todos os lados, eu queria explorar mais um silêncio que ficou logo depois da vomitação enorme da Perpetuum. A experiência da produção do livro foi muito muito similar à sensação que o livro passa, foi bem calma e silenciosa, cheia de caminhadas pelo Arpoador de madrugada sozinho. Eu mostrei para o Salvador (Camino), que é o editor, e ele curtiu, pensamos no projeto gráfico, em algumas questões de paginação, mas basicamente o livro tava bem pronto já quando eu mostrei.
A experiência com o Hermínia foi ultra diferente, pela primeira vez uma voz externa pesou tanto. Foi uma experiência exaustiva, mas gratificante. Quando eu propus a história para a Mino eles viram como uma historia de ficção científica, eu via como uma experiência meio esotérica, de experiência com as energias do mundo, com algo superior. No desenrolar da história cresceram uns pontos de exploração do mundano e da intimidade, da relação desses personagens adolescentes e daí, do meu contato mais intenso nos últimos meses com o Pedro Cobiaco, um interesse maior pela ideia do que é ser adolescente, todo esse turbilhão de sentimentos – ok, eu ainda tenho 26 anos, mas não se compara com o que eu sentia aos 19.
A Janaína (De Luna Larsen), que é quem cuida mais desse lado da editora, me deu uns tapas na cara importantes quando eu tava ficando perdido (às vezes ela junto com o Cobiaco – todos os autores da Mino participam de um chat onde a gente fica falando muito do desenvolvimento dos nosso projetos). Ela é roteirista e manja de tarot e a gente acabava conversando, tipo, horas madrugada adentro, ela com toda a paciência e interesse que, bróder, só ela mesmo. Foi no meio disso que eu acho que realmente encontrei essa Hermínia menos epidérmica, que eu entendi uma porrada de coisas da história. Rolou uma reestruturação foda, com ajuda do Lauro (De Luna Larsen) e da Janaína, com a história já bem avançada, que foi importantíssima. Tudo isso com data para ir para gráfica, prazos apertados, foi uma imersão no clima da própria história.
Eu vi um post seu no Facebook reproduzindo uma fala do Charlie Kaufman em uma entrevista. Você pegou um trecho em que ele fala sobre como prefere escrever ainda no furor da experiência que inspirou uma história e evitar qualquer distanciamento temporal. Como você compartilhou, imagino que tenha se identificado de alguma forma com essa linha de raciocínio, certo? Você aplica ela de alguma forma na produção dos seus trabalhos?
Sim, sim, é muito bom encontrar pessoas bem mais maduras no que estão fazendo com opiniões que eu já esboçava. Compartilhei porque eu e mais três amigos (Pedro Cobiaco, Felipe Portugal e o Victor H.), nesses últimos meses pré-FIQ, produzindo quadrinhos, batemos altos papos no Skype sobre processo criativo (além, claro, de garotas, piadas, o que estamos lendo,…) e achei que o texto era uma boa adição às nossas conversas.
Eu aplico sim, muitas vezes até sem perceber sabe? ahahah Esse texto como um todo foi bem foda para mim, eu gosto de toda a ideia de que escrever é um processo vivo, produzir algo é mergulhar nesse processo, e se você já encaixota tudo o que aquilo pode ser antes de ter o trabalho finalizado você perde muita coisa.
E já que o assunto é o Charlie Kaufman…ele tem filmes com enredos pouco lineares, personagens cheios de falhas e contraditórios e costuma tratar bastante de sonhos/memórias/lembranças. Isso também se aplica bastante aos seus quadrinhos. Ele é uma inspiração pra você?
Pô, com certeza, cara! Assim como a galera com quem ele trabalhou, tipo o Spike Jonze e o Michel Gondry
O que você tava lendo, vendo e ouvindo durante a produção do Hermínia?
Demorou um bom tempo e não lembro tudo hahah Mas ouvi muito muito Mutantes, Clube da Esquina, Mojave 3, Erik Satie. Em algumas cenas ouvi cosias que me deixassem na atmosfera, especialmente no final. Nas cenas finais ouvi bastante Carlo Gesualdo. Na cena que eles tão bêbados, não sei porque, imagino tocando Harvest Moon do Neil Young.
Eu li uns contos do Borges, em especial o Aleph, que eu tratei de pegar um trecho emprestado, umas coisas sobre ocultismo de uma enciclopédia de ocultismo que achei num sebo e o Castelo de Areia, que eu amei.
Eu vi um montão de filmes, mas por algum motivo o que me vem à cabeça é o Encontros no Fim do Mundo, que nem sei se tem uma relação com a história, e alguns documentários de vida animal, tipo Os Lobos de Yellowstone.
Você publicou três quadrinhos no Nébula. Gosto muito de duas delas, a Netscape e a Três Anos, Oito Meses e Vinte Dias. A Netscape trata dos mesmos temas de relacionamento de seus livros, mas num formato bem diferente. A Três Anos… é seu trabalho que eu mais gosto e com o tema mais distante dos demais. Como surgiu cada HQ? Como foi experimentar esses formatos diferentes e abordar o tema da guerra?
A primeira seria a Três Anos, mas quando foi chegando perto o Rafa (Rafael Coutinho) me disse que eu ia ter que publicar uma semana antes do previsto, por algumas reconfigurações, e eu não achava que estava pronto para pegar o tema. A coisa da hierarquia de valores entre o virtual e o real é um tema muito presente e que me interessou muito, sempre, a coisa do relacionamento acabou sendo um pano de fundo que caiu como uma luva no momento. O Três Anos era um quadrinho que eu queria ter trabalhado melhor, mas eu fiquei feliz de pelo menos ter tentado.
Eu sou meio obcecado com alguns temas específicos e um deles é o Genocídio Cambojano. Quando eu estava viajando para a Feira Dente em Brasília eu peguei por acaso o voo com a Sirlanney, que é uma grande amiga minha e ela estava publicando no Nébula. Ela disse que se surgisse uma oportunidade eu devia oferecer para fazer algo para o Coutinho, calhou de nossas mesinhas serem uma do lado da outra, o assunto chegou no Nébula e eu perguntei se rolava e ele falou: “Julho então?”. E eu fiquei felizão, disse que adoraria explorar o lado mias jornalístico da proposta e que três temas que eu pretendia tratar iam ser Peste Negra, Genocídio Cambojano e uma entrevista com meu avô sobre a infância no regime franquista. Acabou que eu não tive tempo para pesquisar como eu queria os outros temas e só chegou a existir um deles. Foi bem foda experimentar para um formato de rolagem, e tentei aproveitar ao máximo esse artifício, explorar a temática de guerra, por outro lado foi muito muito pesado, ver aquelas fotos e vídeos e depoimentos me deixou extremamente deprimido. Mesmo assim eu tenho vontade de voltar a explorar e ir mais fundo da próxima vez. Já que o Hermínia seguia uma linha do que eu venho fazendo há um bom tempo foi incrível ter esse escape para algo completamente diferente.
E você já tem algo em mente depois do Hermínia? Já tem alguma história ou plano pra publicar por conta própria, editora ou em algum projeto paralelo? O Oroboro acabou não sendo publicado, né? Ele ainda tá nos seus planos?
Sim eu comecei ontem a redesenhar uma das histórias da Oroboro uhauahuh Menos de uma semana depois de acabar a Herminia. Mas já tem algumas coisas sendo esboçadas para depois dela. Tenho muita vontade de experimentar outros estilos de desenho, mas como já tem várias páginas desenhadas da Oroboro vou ter que seguir numa linha por um tempinho. Não sei ainda como vou publicar, possível que pela Ambrosia porque já estava meio combinado, mas ainda não tenho certeza, depende do Salvador também.