Gosto muito de obras de ficção empenhadas em representar de alguma forma a memória. Daí um dos motivos da minha paixão pelo trabalho do Chris Ware: ele já disse ver as histórias em quadrinhos como uma arte da memória. Dentre suas missões, o autor de Building Stories cita “tentar alcançar as verdadeiras texturas e estruturas da realidade e da memória como eu as percebo”. O objetivo de Fabio Q com Onírica me soa bastante parecido. As pouco mais de 30 páginas da publicação consistem em um fluxo narrativo pelas lembranças de seu protagonista a partir da mescla de pinturas belíssimas e texto. Belo trabalho.
OBS: Onírica será lançada hoje a noite (18/5) na Ugra, aqui em São Paulo, a partir das 18h, com uma exposição dos originais produzidos por Fabio Q. para o álbum. Recomendo bastante a ida.