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Posts com a tag Jão

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Está no ar o Catarse da IMPRESSORAMA, caixa de experiências gráficas do Jão

Está no ar a campanha de financiamento coletivo recorrente da IMPRESSORAMA, nova investida de publicações impressas do quadrinista Jão. O projeto é voltado para a assinatura de uma caixa reunindo os trabalhos mais recentes do autor com histórias em quadrinhos: as novas HQs do universo PARAFUSO ZERO, que contam com a minha participação como editor, e as novas aventuras do guerreiro Flores, O Bárbaro. Você assina o Catarse da IMPRESSORAMA clicando aqui.

As publicações PARAFUSO ZERO presentes na IMPRESSORAMA consistem na contraparte física da PARAFUSO ZERO: Experiência, newsletter que você assina de graça na qual Jão explora outras perspectivas de seu mundo de superseres apresentado ao mundo em PARAFUSO ZERO: Vigilantes (2016) na companhia de Ing Lee, Jéssica Groke e La Cruz (com edição minha e revisão da jornalista Carolina de Assis). Você assina a newsletter PARAFUSO ZERO: Experiência, de graça, clicando aqui.

Páginas de Flores, O Bárbaro que estarão presentes na caixa da IMPRESSORAMA

Além dos meus textos e das minhas entrevistas com os autores envolvidos no projeto, cada uma das 20 edições semanais da newsletter ainda vai contar com uma história de Jão, uma página de Ing Lee para a história Dapdapada, uma página de Jéssica Groke para Querência e uma página de La Cruz para UÓ.

Os meus trabalhos com Jão em seu universo PARAFUSO ZERO começaram lá em 2018. Estamos conversando sobre as histórias e os desdobramentos de suas ideias para o seu universo de superseres há mais de três anos, sempre refletindo sobre como apresentá-las ao mundo. O projeto está ganhando vida após ser aprovado na Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte e tenho um orgulho imenso do que produzimos até aqui. Por isso, reforço o convite, assine a newsletter PARAFUSO ZERO: Experiência e apoie o Catarse da IMPRESSORAMA.

IMPRESSORAMA, nova investida de publicações impressas do quadrinista Jão

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Assine PARAFUSO ZERO: Experiência, nova newsletter do quadrinista Jão

O quadrinista Jão agendou para o dia 20 de julho o envio da primeira edição da newsletter PARAFUSO ZERO: Experiência, projeto que marca o retorno do autor ao seu universo de superseres. Fui o responsável pela edição dos quadrinhos e pela produção dos textos e das entrevistas presentes em cada uma das edições. Além de quadrinhos e ilustrações de Jão, a newsletter ainda conta com obras assinadas por Ing Lee, Jéssica Groke e La Cruz (e revisão da jornalista Carolina de Assis). Você assina a newsletter PARAFUSO ZERO: Experiência, de graça, clicando aqui.

Além dos meus textos e das minhas entrevistas com os autores envolvidos no projeto, cada uma das 20 edições semanais da newsletter ainda vai contar com uma história de Jão, uma página de Ing Lee para a história Dapdapada, uma página de Jéssica Groke para Querência e uma página de La Cruz para UÓ.

Os meus trabalhos com Jão em seu universo PARAFUSO ZERO começaram lá em 2018. O projeto está ganhando vida após ser aprovado na Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte. Em um futuro próximo vamos tratar de outros desdobramentos dessa empreitada. Além da newsletter, também teremos algumas investidas impressas protagonizadas pelos mesmos superseres de PARAFUSO ZERO: Vigilantes, mas conto mais em um próximo post. Aguenta aí que logo mais volto com novidades.

Entrevistas / HQ

Papo com Jão, editor da coletânea PARAFUSO 1: “Minha ideia foi fazer uma investigação sobre os recursos da linguagem das narrativas gráficas com o auxílio de restrições criativas”

Caso você esteja em Belo Horizonte no próximo sábado (30/11), recomendo um pulo na Livraria da Rua (R. Antônio de Albuquerque, 913, Funcionários), a partir das 13h, para o lançamento da coletânea PARAFUSO 1. Editada e idealizada pelo quadrinista Jão, o álbum de narrativas gráficas experimentais conta com trabalhos de 12 artistas de Belo Horizonte além do autor responsável pelo projeto: Aline Lemos, Batista, Bruno Pirata, Daniel Pizani, Estevam, Faw Carvalho, Gabriel Nascimento, Ing Lee, João Belo, Julhelena e Priscapaes.

Parceria das editoras Pulo e Miguilim, PARAFUSO 1 tem 48 páginas e é fruto de um período de três dias de trabalhos dos 12 artistas envolvidos no projeto no Laboratório de Quadrinhos Potenciais coordenado por Jão em janeiro de 2018. O Laboratório inclusive já rendeu dois posts de bastidores aqui no blog: um no qual Jão escreveu sobre a origem do projeto e outro sobre os temas e das restrições impostas aos artistas participantes. Também compartilhei por aqui uma prévia de sete páginas da PARAFUSO 1.

Às vésperas do lançamento de PARAFUSO 1 eu bati um papo com Jão sobre a criação, o desenvolvimento e a publicação da coletânea. Ele falou sobre a dinâmica dos trabalhos do Laboratório de Quadrinhos Potenciais, suas inspirações no OuBaPo, a opção pela cidade como tema central da obra e uma explicação didática sobre seu “universo PARAFUSO”. Como sempre, conversa bem massa. Saca só:

(na imagem que abre o post, quadros do trabalho de Ing Lee para a coletânea PARAFUSO 1)

“Minha ideia foi priorizar as trocas a partir do convívio de produção em conjunto”

Quadros do trabalho de Bruno Pirata para a coletânea PARAFUSO 1

Os quadrinhos presentes na PARAFUSO 1 foram criados durante o Laboratório de Quadrinhos Potenciais que você organizou em janeiro de 2018. O que foi o Laboratório? Como você concebeu esse projeto?

O Laboratório de Quadrinhos Potenciais foi uma residência artística que criei para desenvolver trabalhos em conjunto com outros profissionais que já tinham experiências com publicações impressas. É importante frisar que a proposta não era direcionada apenas para quadrinistas, mas também para pessoas de outras áreas ligadas às artes visuais, que poderiam contribuir por meio de um certo deslocamento em relação aos quadrinhos, o que é ótimo. Minha ideia, ao desenvolver a atividade, foi priorizar as trocas a partir do convívio de produção em conjunto, assim como fazer uma investigação sobre os recursos da linguagem das narrativas gráficas com o auxílio das restrições criativas do OuBaPo. Ao longo dos encontros uma série de exercícios foram propostos para os artistas, com várias limitações pré-estabelecidas, para analisarmos, em conjunto, a forma como esses desafios seriam trabalhados. Os resultados são incríveis e muito do que foi discutido no período está transposto na PARAFUSO 1! Além disso, temos ainda uma quantidade grande de páginas prontas para lançar em uma publicação futura.

“As histórias e narrativas presentes na PARAFUSO 1 ganharam outras dimensões para mim”

Página de Aline Lemos presente na coletânea PARAFUSO 1

Quase dois anos depois dos encontros do Laboratório de Quadrinhos Potenciais, a PARAFUSO 1 está sendo finalmente lançada. Qual balanço você faz desse projeto? Você consegue fazer um comparativo entre o que imaginava que essa obra poderia ser e a versão que acabou sendo impressa?

Apesar do distanciamento em relação ao momento em que as histórias foram geradas e a publicação eu já tinha preparado a organização e como gostaria de apresentar este trabalho ainda no primeiro semestre de 2018. De todo modo, um lado bom da espera foi que quando retomei as conversas com a Miguilim, para finalmente lançarmos esse trabalho, percebi que as histórias e narrativas presentes na PARAFUSO 1 ganharam outras dimensões para mim, o que acho importante, pois não gostaria de desenvolver algo que ficasse datado. Ainda aprendo e ainda sou estimulado pelo que os autores criaram ali.

Por mais que você tivesse planos para o lançamento de uma obra impressa fruto do Laboratório de Quadrinhos Potenciais, esse é um projeto que você tinha controle mínimo em relação àquilo que era realizado pelos 12 autores. O que mais te surpreendeu nessa experiência?

Nossa, existem tantas surpresas! É difícil até criar uma lista, mas vou citar duas situações que me marcaram: 

Em primeiro lugar a produção da Ing Lee: até então ela não havia feito nenhuma história em quadrinhos, mas eu gostava muito do trabalho que ela desenvolvia com os zines e, em uma edição da Faísca, convidei ela para produzirmos alguma coisa juntos. Acabou que até o Laboratório não conseguimos, mas a participação dela na atividade e depois é fundamental para mim. A Ing tem uma energia e uma vontade, assim como uma sabedoria gráfica e narrativa, que sempre me levam a lugares que ainda não tinha estado. Desde os encontros do Laboratório que ela tem se tornado, cada vez mais, uma das grandes representantes dos quadrinhos em Belo Horizonte e no país.

A maior surpresa que tive, no entanto, foi com o trabalho do Batista: eu conhecia as obras dele por conta dos cartuns que lançava na internet e, até então, ainda não tinha visto nenhuma narrativa um pouco mais longa feita por ele. Lembro de uma conversa durante o Laboratório, que ele dizia que estava aberto e que queria experimentar situações que o tirassem da zona de conforto. Foi o que aconteceu. Quando a história que ele produziu chegou ao meu e-mail foi como uma explosão. O grau de amadurecimento e sensibilidade que estavam presentes nas páginas que ele enviou, e que estão presentes na revista, é gigantesco! É impressionante como, em apenas quatro páginas, ele consegue desenvolver algo tão denso, tão aberto, e que me fez pensar (e ainda estou) durante tanto tempo.

“O OuBaPo e a experimentação na linguagem eram isso: novos universos a serem explorados”

Página de Julhelena presente na coletânea PARAFUSO 1

Nos posts de bastidores que fizemos aqui no blog você falou sobre seu interesse em uma “forma lúdica de criação”. Foi lúdico o processo de criação desse livro? Quais são as suas principais lições e experiências e suas melhores memórias desse processo de criação coletivo com esses 12 autores que participam do livro?

Acredito que em janeiro de 2018, quando o Laboratório foi realizado, eu precisava encontrar novos motivos para seguir com minha produção autoral. Para isso optei por procurar paralelos com o momento e a energia que me fizeram começar minha carreira nos quadrinhos. O que descobri foi que, naquela época (2007, 2008…), eu não criava histórias como um modelo de trabalho, mas sim porque era divertido para mim. Era um universo completamente novo a ser explorado, o que sempre me instigou. Ao chegar nessa conclusão, percebi que queria construir algo assim tanto para as atividades como para uma forma de produzir quadrinhos que pudesse ser passada para outras pessoas. O OuBaPo e a experimentação na linguagem eram isso: novos universos a serem explorados. Ao partir desta premissa, elaborei alguns exercícios para guiar os encontros, mas outras atividades foram pensadas em conjunto também. A residência foi muito boa nesse sentido, pois percebi que todos ali estavam se divertindo ao produzir e elaborar histórias, foi meio que um jeito de sair do cotidiano. Dos retornos que tive dos artistas quando o Laboratório já havia acabado e cada um estava criando as narrativas que comporiam a PARAFUSO 1, também recebi muitas mensagens deles sobre o quanto estavam gostando de fazer aquilo. Percebo que a imersão nesses processos foi um bom respiro para os participantes e para a cena de Belo Horizonte.

“Foi estabelecido uma espécie de tema, que permeia toda a obra, que é a ‘cidade'”

Página de Estevam presente na coletânea PARAFUSO 1

Pelos prévias já divulgadas por você, chama atenção a variedade de estilos e técnicas presentes no livro. Como foi conciliar toda essa diversidade e dar unidade à coletânea?

Acho que já falei aqui no Vitralizado sobre o meu grande interesse pelo formato revista. Eu fui criado assim e é algo que me atrai demais. Essa experiência vai também de encontro com as antologias de quadrinhos, sejam elas gringas ou nacionais, sendo que a principal influência que tenho é da Graffiti 76% Quadrinhos, que era uma antologia editada aqui em BH. Nesse tipo de publicação é comum essas reuniões de variados estilos e técnicas. No caso da PARAFUSO 1, o que fiz foi organizar tudo de um jeito que fazia algum sentido para mim, mas que também pudesse contar uma história por meio da sequência de narrativas, que gerasse uma experiência de leitura mesmo. Além disso, foi estabelecido uma espécie de tema, que permeia toda a obra, que é a “cidade”. Não Belo Horizonte ou algum outro lugar determinado, mas o espectro de cidade. Sendo assim, meio que uma unidade já havia sido formatada desde o início.

Por que “a cidade” como tema desse projeto?

Quando estava elaborando o Laboratório de Quadrinhos Potenciais pensei que deveria encontrar um mote para ligar tudo aquilo que seria produzido na residência, mas estava com dificuldades para achar isso. Foi a Helen Murta, minha companheira e sócia na Editora Pulo, que sugeriu o tema “cidade”. Pesquei na hora essa ideia porque já era algo que estava muito enraizado em meu trabalho, mas percebi que seria legal que a troca de experiências entre os participantes partisse desse lugar para que outras conclusões sobre os centros urbanos fossem discutidas a partir da linguagem dos quadrinhos.

“Já tenho dois ou três universos distintos para números posteriores da PARAFUSO”

Página de Gabriel Nascimento presente na coletânea PARAFUSO 1

Você já lançou a PARAFUSO 0, agora esta lançando a PARAFUSO 1 e prometeu para breve o lançamento da PARAFUSO ZERO – Expansão. Qual a diferença entre cada um desses trabalhos? Por que esse interesse por parafusos?

Desde o início, com o lançamento da revista PARAFUSO 0, eu tinha definido que queria desenvolver 10 edições da PARAFUSO. A ideia, no início, era fazer duas ou três por ano, mas acabei percebendo que PARAFUSO é um projeto de vida, é meu laboratório e um jeito de dar vazão ao que estou pensando e criando como autor. Dessa forma, acho que o projeto vai me acompanhar durante um bom tempo.

Para complicar um pouco as coisas, percebi que as edições não precisavam, necessariamente, serem fechadas em um número. Então tenho trabalhado cada obra como um universo, que pode ter desdobramentos ou não.
O universo PARAFUSO ZERO é uma série sobre superseres, uma reflexão sobre a sociedade e uma jornada pelos estudos que tenho feito sobre autoritarismo e democracia, que são, no fim, o que tenho vivido e pensado. Ela está sendo ampliada por meio da construção do PARAFUSO ZERO – Expansão, que em breve será publicado.

Já o universo PARAFUSO UM é mais ligado à produção de quadrinhos do que sobre uma temática específica. A ideia é que outras antologias e outras formas de pensar o processo de confecção das narrativas gráficas sejam desdobrados a partir daí.

Como não me canso, já tenho dois ou três universos distintos para números posteriores da PARAFUSO. Vamos ver quando começo a trabalhar neles…

“Minha forma de apreciação para essa linguagem está muito mais focada na narrativa ou no desenho do que nos textos”

Página de Batista presente na coletânea PARAFUSO 1

O que mais te interessa em termos de quadrinhos hoje? O que você mais tem interesse em ler e tentar fazer e experimentar com a linguagem das HQs?

Eu tenho lido poucos quadrinhos nos últimos anos, apesar de ser bem nerd quando sismo de encontrar trabalhos por conta própria. Mas normalmente eu não leio quadrinhos, ou, pelo menos, não do jeito que costumamos tratar como leitura. Minha forma de apreciação para essa linguagem está muito mais focada na narrativa ou no desenho do que nos textos ou para saber o que acontece a seguir numa história. Tive uma conversa com o Bruno Pirata (que também participa da PARAFUSO 1), há algum tempo, em que chegamos juntos na conclusão de que os quadrinhos se tornaram um meio obsoleto para se contar histórias por conta de toda a quantidade de informação e mecanismos que existem, como Netflix, cinema, literatura etc. Estou muito mais interessado nos conceitos sobre a narrativa gráfica. Vez ou outra eu me pergunto os motivos para seguir fazendo quadrinhos e não partir para outros caminhos artísticos, mas sempre chego na conclusão de que esta é minha forma de expressão, é como consigo passar o que penso, que, de certa forma, é como segue o meu fluxo de pensamentos no cotidiano. Enfim, fui para um lugar bem distante do que me perguntou, então retomando: pesquiso muito sobre novos autores ou artistas que estão desenvolvendo trabalhos nessa linguagem pelo mundo. Sigo acompanhando também o que hoje pode ser considerado um recorte do nosso mercado, que seriam os trabalhos de vanguarda dos quadrinhos, aqueles que estão à margem, mas que empurram a nossa produção para frente, como o Gerlach, a Puiupo, a Lovelove 6, o Sica, o Odyr, o Dahmer, o Gabriel Góes, o Lucas Gehre, a Ing Lee, a Aline Lemos, e mais um monte de gente. E o Chris Ware sempre.

A capa da coletânea PARAFUSO 1
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PARAFUSO ZERO – Expansão, por Jão: em breve nas melhores lojas!

Talvez você tenha acompanhado a saga do projeto PARAFUSO ZERO – Expansão aqui no Vitralizado. O álbum do quadrinista Jão que conta com a minha participação como editor teve sua produção amplamente noticiada no blog. Investimos em uma campanha de financiamento coletivo no Catarse que por pouco não virou, mas o projeto agora ganhou sobrevida via o edital do Fundo Municipal de Cultura de Belo Horizonte.

As boas novas vieram agora pouco pelo Instagram do Jão: a HQ ficou em segundo lugar na categoria Artes Visuais do edital. E o autor da obra mandou avisar: “Projeto completamente reformulado e com uma equipe ampliada e foda trabalhando comigo!”.

Meu acesso aos bastidores de PARAFUSO ZERO – Expansão permite bancar: vem coisa realmente boa por aí. Prometo novas informações sobre o quadrinho para um futuro próximo e recomendo que você relembre a série PARAFUSO ZERO – Expansão: Bastidores, na qual eu e Jão conversamos sobre a trama, a produção e o desenvolvimento da HQ.

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PARAFUSO ZERO – Expansão: Bastidores [Parte #13: Nota do editor]

Encerro hoje a série PARAFUSO ZERO – Expansão: Bastidores. A proposta desse especial do Vitralizado foi de compartilhar semanalmente com os leitores do blog o desenvolvimento de PARAFUSO ZERO – Expansão, álbum do quadrinista Jão no qual eu estava trabalhando como editor. O primeiro dos posts foi publicado no dia 30 de julho e continuamos com a empreitada ao longo de 13 segundas-feiras, incluindo hoje, mostrando as reflexões, as dúvidas e os planos do autor durante a produção do quadrinho e do período da campanha de financiamento coletivo com o objetivo de bancar a impressão do projeto.

Como já escrevi por aqui na semana passada e imagino que você já saiba, a campanha de financiamento coletivo no Catarse não virou. Conseguimos R$ 23,739, 83% da nossa meta de R$ 28,500, graças ao apoio de 229 pessoas. Ainda tô numa certa ressaca desses 60 dias de trabalho pesado na campanha e mais de sete meses desde a conversa em que o Jão me chamou para editar o livro. Também estou triste, óbvio. Mas foi demais, viu?

Eu, o Jão e a Helen Murta (sócia da editora Pulo e assessora da campanha) ainda faremos uma reunião avaliando os erros e acertos do projeto. Eu tenho plena consciência que poderíamos ter feito melhor uma coisa ou outra, mudado um detalhe aqui e ali que talvez tivesse contribuído para o nosso sucesso, mas tudo bem, faz parte. Nesse meio tempo eu tive o prazer de entrevistar e trocar ideia com um dos meus quadrinistas preferidos, um dos artistas brasileiros que mais admiro, e aprender um monte sobre quadrinhos e edição. Em meio a essas conversas também tive várias lições enriquecedoras sobre divulgação e estratégia com a Helen. Só tenho elogios e coisas boas a dizer sobre meus dois parceiros nessa empreitada.

Nosso objetivo era ver PARAFUSO ZERO – Expansão impressa e isso não rolou, mas cê saca o volume de conteúdo que produzimos? Não sei se tem alguma vantagem aí, mas não lembro de nenhum quadrinho não publicado sobre o qual se falou tanto. O Jão deu entrevista pro Papo Zine, conversou com os caras do Pipoca & Nanquim e protagonizou uma edição do HQ Sem Roteiro. Além dos depoimentos dele pra PARAFUSO ZERO – Expansão: Bastidores, o projeto foi notícia em vários outros sites, perfis e canais de produção de conteúdo sobre quadrinhos.

Foi divertido pra caramba e agradeço a sua companhia por aqui ao longo das 13 segundas de PARAFUSO ZERO – Expansão: Bastidores. Com certeza uma das empreitadas em que mais me diverti nesses seis anos do blog. Também agradeço a parceria do Jão e da Helen, grandes amigos com quem não vejo a hora de trabalhar outra vez. Seguimos!

FIM?

ANTERIORMENTE:

>> PARAFUSO ZERO – Expansão: Bastidores [Parte #12: Balanço e próximos projetos];
>>PARAFUSO ZERO – Expansão: Bastidores [Parte #11: Estrutura, experiência de leitura e construção narrativa];
>> PARAFUSO ZERO – Expansão: Bastidores [Parte #10: Catálogo de personagens];
>>PARAFUSO ZERO – Expansão: Bastidores [Parte #9: Facebook, drogas psicodélicas e algoritmos falhos];
>> PARAFUSO ZERO – Expansão: Bastidores [Parte #8: Viabilidade, encontros e trocas];
>> PARAFUSO ZERO – Expansão: Bastidores [Parte #7: Chris Ware, Elza Soares, Emicida e uma teia paranóica de referências];
>> PARAFUSO ZERO – Expansão: Bastidores [Parte #6: Akira, Wally e paralelismos distópicos];
>> PARAFUSO ZERO – Expansão: Bastidores [Parte #5: Proporções extremas e a insignificância humana no Universo];
>> PARAFUSO ZERO – Expansão: Bastidores [Parte #4: A origem do ‘Formato Jão’];
>> PARAFUSO ZERO – Expansão: Bastidores [Parte #3: Um sonho com Moebius];
>> PARAFUSO ZERO – Expansão: Bastidores [Parte #2: Baixo Centro, Flores e texto];
>> PARAFUSO ZERO – Expansão: Bastidores [Parte #1: origens, restrições e OuBaPo].

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PARAFUSO ZERO – Expansão: Bastidores [Parte #12: Balanço e próximos projetos]

A campanha de financiamento coletivo do álbum PARAFUSO ZERO – Expansão não atingiu a meta de R$ 28,500 para que a obra fosse impressa. No ar no site Catarse ao longo de 60 dias, o projeto do quadrinista Jão, que teve a minha participação no papel de editor do quadrinho, contou com o apoio de 220 pessoas e conseguiu pouco mais de 80% do montante pedido.

Produzida durante todo o período da campanha, a série de posts PARAFUSO ZERO – Expansão: Bastidores teve como proposta tratar do desenvolvimento da HQ e das reflexões de seu autor enquanto o projeto buscava apoio e tomava forma. No post de hoje, penúltimo da série, Jão fala sobre a meta não alcançada para o financiamento do álbum, faz um balanço inicial desses dois meses de campanha e trata de seus próximos trabalhos. Saca só:

PARAFUSO ZERO – Expansão: Bastidores [Parte #12: Balanço e próximos projetos]

Saldo positivo

“Acredito que, mesmo que o projeto não tenha atingido seu objetivo e sido bem-sucedido, o saldo foi positivo. Foram mais de 220 pessoas que apostaram na ideia, que fizeram parte disso tudo junto comigo. Nossa própria experiência, eu na posição de autor e você na de editor, na construção dessa campanha e de tudo o que conversamos sobre o álbum foi algo que gostaria de ressaltar como muito importante para minha carreira também. O desenvolvimento junto com toda a equipe que trabalhou muito para viabilizar essa piração minha foi incrível e enriquecedor. Além disso, vejo que meu trabalho ficou muito mais conhecido desde a abertura do financiamento coletivo do quadrinho, tem muito mais gente me acompanhando e interessada em saber o que estou fazendo, o que, por si só, é algo que acrescenta demais para mim como artista.

É um projeto que não deu certo e isso é ruim, pois gostaria muito de ter conseguido realizar essa história já que considero ser minha incursão com maior grau de experimentação na linguagem dos quadrinhos até aqui. Sem contar que, cada vez mais, esse universo que iniciei em 2016 está se tornando parte de nosso cotidiano, basta andar na rua e ver a onda de violência e de discursos extremistas que estão tomando conta de nosso país atualmente. Talvez o PARAFUSO ZERO – Expansão seja o meu Duna (risos) De qualquer forma, analisando friamente, acho que o balanço é bom. Fizemos muitas coisas, rolou uma divulgação muito legal por parte da mídia especializada, abrimos um canal para falar de certos aspectos que não estavam sendo discutidos dentro do mercado autoral aqui no Brasil, como é o caso dos super-heróis na contracultura. Em resumo, mesmo que não tenha dado certo, estou satisfeito”.

Balanço

“Eu acho que ainda está cedo para uma análise mais profunda em termos de erros e acertos, assim como lições que serão tiradas a partir da experiência com a campanha. Espero que nos próximos dias possa fazer uma avaliação mais detalhada e extrair conhecimento de tudo isso que fizemos juntos. Agora estou exausto. Um ponto que gostaria de destacar, contudo, é que minha opinião não mudou em relação ao financiamento coletivo. Ainda acho que é uma das melhores formas de viabilizar projetos de quadrinhos. A questão é entender onde surgiram os problemas que afetaram no desempenho de arrecadação da campanha. Ficamos com mais de 80% da meta atingida, então acho que, com alguns ajustes, dá para seguir utilizando esse modelo, até porque é construída uma relação próxima entre autores e leitores, o que considero muito importante”.

Viabilidade

“Acho difícil que um dia a PARAFUSO ZERO – Expansão venha a acontecer. Entrei no financiamento coletivo porque foi a forma que encontrei para viabilizar esse trabalho. Como disse anteriormente aqui na série Bastidores, acho que essa obra tem muito a ver com adereços que são acoplados ao produto final, sejam zines, cards, pôsteres etc. Não era só um álbum, era uma expansão em diversos aspectos. Antes mesmo do início da campanha no Catarse, recebi propostas de editoras interessadas no projeto, mas não cheguei em uma conclusão sobre como poderia ser feito um acordo que viabilizaria todo o suporte necessário para a publicação, incluindo esses produtos que orbitam o título e a equipe que está trabalhando comigo…”

Descanso e próximos projetos

“Agora quero tirar uns dias para descansar e avaliar tudo isso que fizemos. Acho importante e necessário. Somente após esse período que vou pensar quais serão os meus próximos passos. Tenho muitos projetos em curso, que estão em diversos níveis de execução, então terão novos trabalhos meus circulando por aí em breve, só não sei dizer quais (risos) Fiz o financiamento coletivo de uma forma em que nada do valor arrecadado viria pra mim diretamente, ou seja, meu pagamento como autor seria viabilizado por meio das vendas dos álbuns depois do lançamento, mas foi algo que resolvi apostar e dedicar meu ano. Como não rolou, terei que investir um tempo em trabalhos fora dos quadrinhos também”.

CONTINUA…

ANTERIORMENTE:

>>PARAFUSO ZERO – Expansão: Bastidores [Parte #11: Estrutura, experiência de leitura e construção narrativa];
>> PARAFUSO ZERO – Expansão: Bastidores [Parte #10: Catálogo de personagens];
>>PARAFUSO ZERO – Expansão: Bastidores [Parte #9: Facebook, drogas psicodélicas e algoritmos falhos];
>> PARAFUSO ZERO – Expansão: Bastidores [Parte #8: Viabilidade, encontros e trocas];
>> PARAFUSO ZERO – Expansão: Bastidores [Parte #7: Chris Ware, Elza Soares, Emicida e uma teia paranóica de referências];
>> PARAFUSO ZERO – Expansão: Bastidores [Parte #6: Akira, Wally e paralelismos distópicos];
>> PARAFUSO ZERO – Expansão: Bastidores [Parte #5: Proporções extremas e a insignificância humana no Universo];
>> PARAFUSO ZERO – Expansão: Bastidores [Parte #4: A origem do ‘Formato Jão’];
>> PARAFUSO ZERO – Expansão: Bastidores [Parte #3: Um sonho com Moebius];
>> PARAFUSO ZERO – Expansão: Bastidores [Parte #2: Baixo Centro, Flores e texto];
>> PARAFUSO ZERO – Expansão: Bastidores [Parte #1: origens, restrições e OuBaPo].