Acho que já comentei por aqui que o personagem da Marvel com as minhas histórias preferidas é o Demolidor. Também sei que já disse sobre a minha relação com cronologias de hqs: cabe ao leitor fazer uma seleção própria dos enredos que compõem a história de cada personagem. Tô longe de ter lido tudo lançado até hoje que seja protagonizado ou tenha participação do Demolidor, mas poucos heróis tem uma cronologia composta por histórias tão canônicas quanto o alter-ego do advogado Matt Murdock.
O conceito criado por Stan Lee e Bill Everett pro herói é ponto de partida pra versão definitiva da origem do personagem, O Homem Sem Medo, escrita por Frank Miller e com desenhos do John Romita Jr. Depois vou pras mais de 30 edições da série do personagem nos anos 80 comandadas por Frank Miller, quando foi concebida a versão que conhecemos do herói. Pulo pra uma das sagas mais dramáticas publicadas pela Marvel, A Queda de Murdock, também com texto de Miller e com a arte do David Mazzucchelli. Putz, que quadrinho. Nos final dos anos 90 tem um arco menor, mas essencial pra essa narrativa, assinado por Kevin Smith e com desenhos do Joe Quesada. Aí vou pra 2001, quando começa o arco de 55 números da revista do Demolidor com roteiro do Brian Bendis e ilustrações do Alex Maleev.
Tenho certeza que vou voltar a reler Demolidor um dia, mas a história do personagem poderia muito bem terminar exatamente no último quadro concebido por Bendis e Maleev. Claro, nem citei as histórias solo protagonizadas pela Elektra com texto do Frank Miller e mais um ou outro bom especial do herói. O negócio é que esses materiais que mencionei são obviamente a fonte de inspiração pros 13 primeiros episódios da série do personagem pro Netflix. Copiado e colado, dá pra ver pelo trailer. Sério: a gente tá distraído pela barulheira toda feita por essa galera dos Vingadores, mas acho que a obra-prima da Marvel fora dos quadrinhos pode muito bem ser essa leva de séries produzidas pelo Netflix.