– Prêmio Grampo de Grandes HQs – Alguns destaques 2016/2020 (e uma aposta para 2021)

Com o anúncio recente das oitenta e uma obras listadas na quinta edição do Prêmio Grampo de Grandes HQs, chegamos a 411 títulos apresentados pelo júri da premiação desde 2016, quando foi realizada a primeira edição. As 15 obras que ficaram com as três primeiras posições nesses cinco Grampos foram lançadas por sete editoras e Marcello Quintanilha foi o único autor a ficar mais de uma vez no Top 3 – ele levou o Grampo de Prata por Talco de Vidro, em 2016, e por Luzes de Niterói, em 2020.

A Veneta é a única editora presente em todos os Top 3 dessas cinco edições: Quintanilha tem suas duas pratas; Bulldogma, de Wagner Willian, ficou com o ouro em 2017; Angola Janga, de Marcelo D’Salete, foi o título vencedor em 2018; e Ayako, de Osamu Tezuka, ganhou em 2019. A segunda editora com mais menções entre os títulos vencedores é a Companhia das Letras: em 2018 ficou com a prata (Aqui, de Richard McGuire) e o bronze (Mensur, de Rafael Coutinho) e agora, em 2020, a vitória de Minha Coisa Favorita é Monstro, de Emil Ferris.

Quadros de Luzes de Niterói, de Marcello Quintanilha, 2º colocado no Prêmio Grampo 2020

Vencedora da primeira edição do Grampo, em 2016, com Aventuras na Ilha do Tesouro, de Pedro Cobiaco, a Mino ainda tem o segundo lugar de 2017 (Você é um Babaca Bernardo, de Alexandre S. Lourenço). A Nemo também já teve duas obras no Top 3: Desconstruindo Una, da inglesa Una, em 2017, e Intrusos, de Adrian Tomine, em 2020.

A Pipoca & Nanquim ficou com o segundo lugar em 2019 (A Arte de Charlie Chan Hock Chye, de Sonny Liew), a Zarabatana levou o bronze em 2016 (Dupin, de Leandro Melite) e a Todavia ocupou a terceira colocação em 2019 (Eles Estão por Aí, de Bianca Pinheiro e Greg Stella).

Quadros de Eles Estão por Aí, de Bianca Pinheiro e Greg Stella, terceira colocada no Prêmio Grampo 2019

Apesar dos 118 pontos acumulados por Minha Coisa Favorita é Monstro no Grampo 2020, 50 pontos a mais que Intrusos no segundo lugar, a maior distância entre primeiro e segundo colocados continua sendo os 52 pontos que separam Angola Janga (158 pontos) e Aqui (106), no Grampo de 2018. A obra de Marcelo D’Salete é a maior unanimidade da história da premiação, presente em 18 das 20 listas.

Recomendo uma investida nos resultados dos Grampos 2020, 2019, 2018, 2017 e 2016. Tenho certeza que há muitos outros dados relevantes e curiosos para se tirar de cada edição. Só fico em dúvida em relação ao próximo Grampo. Havia a expectativa de uma edição concorrida: 2020 seria ano de um raro combo FIQ+Bienal de Curitiba+CCXP, mas o FIQ já foi cancelado.

Entre os títulos gringos prometidos para 2020 estão Berlin (Jason) e Sabrina (Nick Drnaso), pela Veneta; o novo do Adrian Tomine, pela Nemo; e Rusty Brown, do Chris Ware, pela Companhia das Letras. Mas não ficarei surpreso se algumas dessas publicações forem adiadas por conta da pandemia do coronavírus. Aposto que o Grampo 2021 deva diminuir consideravelmente a média atual de 82 obras listadas por ano na premiação.

Quadro de Desconstruindo Una, obra da inglesa Una que ficou com a terceira colocação do Prêmio Grampo 2017

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